Em marcha lenta, dentro das viaturas, a buzinar, na ponte Eiffel, professores de várias escolas do Alto Minho manifestaram-se na última segunda-feira, às 6h23 da tarde, em alusão ao alegado atraso de seis anos, seis meses e 23 dias na progressão da carreira.
Convocadas através das redes sociais, idênticas manifestações inorgânicas ocorreram em Lisboa, Almeirim e Portimão. Cerca de duas horas antes, o ministro da Educação reunia com os diretores escolares, a pedido destes, pois dizem-se “muito desconfortáveis” com a instabilidade nas escolas, além da gestão de alguns pontos críticos como os Serviços Mínimos, que, alegam, o Governo “empurrou” para as escolas.
Conforme referiu Paulo Cunha, um dos professores, estes continuam a “manifestar um enorme descontentamento com as políticas educativas deste Governo, que têm levado à indesmentível fuga de professores e ao abandono da carreira.”
“Todos os principais assuntos que os profissionais da educação consideram fundamentais ainda não foram sequer abordados pela tutela, que continua a adiar e a não acolher as reivindicações e propostas apresentadas pelos professores”, referiu o professor.
Consideram que o Governo, ao aprovar a alteração do regime de concurso de professores, “ultrapassou todas as ‘linhas vermelhas’”.
Entre elas destacam a passagem de recursos humanos “para um colégio de QZP’s , utilizando critérios pouco transparentes”.
Os docentes afirmam temer “uma politização da Educação e a admissão de professores com base em partidos, “cunhas”, etc., pelo que esta é uma linha vermelha que se tornou a “gota de água” na revolta dos docentes”.