Ao longo dos tempos, não faltaram tiranos a governar boa parte dos países do planeta. Mas, chocante, é que muitos chegaram ao poder em eleições livres, como é o caso de Hitler na Alemanha, em 1932, que arrastou boa parte da humanidade para uma guerra arrasadora e mortífera (1939/1945), com estimativas de 70 a 85 milhões de mortos e um sem-número de nações arruinadas.
Tristemente, as sociedades aprendem pouco com as más experiências que fazem. A Alemanha tinha saído derrotada e destruída da primeira guerra mundial (1914/1918), com boa parte da sua estrutura produtiva seriamente abalada e com dívidas astronómicas aos países vencedores. No entanto, decorrido pouco tempo, os alemães não se coibiram de eleger para os governar um homem bem conhecido por professar a ideologia Nazi, com a pretensão de dominar tudo e todos. Sabendo aproveitar bem a fraqueza e falta de entendimento dos partidos que se lhe opunham, Hitler guindou-se ao poder ficando para a história da humanidade como o maior monstro eleito pelo seu próprio povo.
Presentemente, o mundo confronta-se com o drama do Coronavírus, sem saber bem como o combater. Um dado porém ressalta, é que este pôs objetivamente a nu os políticos que alguns países democráticos (EUA, Brasil e Inglaterra) recentemente elegeram. Quem tem estado atento e acompanha os comportamentos destes governantes tem poucas dúvidas em constatar como o absurdo anula a racionalidade. Quando perante problemas graves, que põem em causa a vida das pessoas, o poder se substitui à ciência e às estruturas de saúde do país, adotando práticas individuais, só se pode constatar que estamos perante alguém insensível à morte daqueles que se tem à sua guarda.
Quando se vê políticos a escarnecer da ciência e a debitar considerações jocosas sobre males que nos devastam, adotando práticas que a comunidade científica não reconhece; quando se fecha os olhos a uma realidade transmitida quase diretamente pelas televisões de centenas de pessoas a agoniar e a morrer nos corredores dos hospitais e se fala em gripezinhas de europeus; quando, com o mundo em quarentena, se vê “estadistas” a convocar manifestações de apoio a políticas pessoais, arrastando pessoas para agrupamentos sem controlo e segurança, com os perigos inerentes a tal, temos que evidenciar realidades surreais.
Na verdade, há gente em parte deste planeta que habitamos a querer inverter a lógica da vida. Infelizmente, tantas vezes, com o apoio do povo.