Este ano não iremos ter Festas da Senhora d’Agonia, festejos que, sendo da cidade, também são muito do todo nacional. Segundo as entidades que têm a responsabilidade da sua organização, as condições de saúde pública vigentes assim o determinam. Apesar de se tratar de um desfecho de certa forma aguardado, deve reconhecer-se que estamos perante um acontecimento triste, quer para os vianenses, quer para as centenas de milhar de portugueses e até estrangeiros que por esta época habitualmente estão connosco.
Mas, para a atividade económica da cidade, e mesmo dos arrabaldes, a situação pode considerar-se bem delicada. É sabido que nos vários setores da nossa pequena economia há comerciantes que aguardam ansiosamente esta quadra para fazer o equilíbrio das suas contas. E não desconhecemos que, quando alguém está na expectativa de pôr fim a negócios por os não considerar lucrativos, aguarda a realização das FESTAS para aliviar prejuízos e só depois é que encerra.
Há muito que Viana não deveria estar tão dependente dos efeitos das FESTAS. Há muito que Viana deveria ter vida ativa regular, tal como muitas outras cidades da mesma dimensão, mas esta é a realidade que temos, que não é de agora, antes de sempre. Evidência bem patente nas páginas deste jornal, nas edições de todos os tempos. Contudo, este também não é o momento oportuno para abrir debates sobre tal matéria.
Desconhecemos o que está previsto para que, simbolicamente, a nossa ROMARIA não passe despercebida. Aconselha-se muito empenho e criatividade, porque, mesmo sem público numeroso, há sempre gente que vem até nós. Sendo uma data já consagrada à Romaria de todas as romarias. E é bom que aqueles que nos visitam e muitos outros que nos observam à distância fiquem com uma ideia da dimensão das nossa festas e da forma como em momento particularmente crítico as soubemos inteligentemente honrar. Não faltam boas soluções para que se possa atingir um patamar elevado de representação de um evento de que Viana se orgulha. É preciso que em toda a parte se sinta que a grandeza das Festas da Senhora da Agonia não sai diminuída neste confronto com um mal de saúde pública de todo inesperado.
