NAMORO

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Manuel Quintas

– O que é o namoro? — É uma séria preparação para o casamento. Séria quer dizer mesmo séria. É o contrário de preparação ligeira, foleira, trauliteira ou brincadeira.

– E quem é que deve namorar? — Só quem se sente vocacionado para o casamento e quem já está no ponto do rebuçado.

 -E o que é o casamento? — É a união de um homem com uma mulher em ordem à continuidade da espécie e à ajuda mútua.

– E quando é que os namorados devem casar? — Devem casar quando, uma vez conhecido o jeito e o modo de ser de cada um, verificarem que chegou a hora de realizar o projeto de vida que os dois definiram. Este dito projeto bem combinado só deve ser posto em prática depois de os noivos terem a certeza de que o amor de um pelo outro é uma realidade para sempre. PARA SEMPRE.

Este “para sempre” não nos vem da praxe social, da moda, da lei civil, do tem que ser ou da linguagem dos padres. Vem-nos do Deus Criador: QUE O HOMEM NÃO SEPARE O QUE DEUS UNIU.

A nossa fidelidade à voz da consciência diz-nos que isto não foi por birrenta imposição de Deus mas por bem e para bem. Mas é também por bem e para bem que ninguém deve avançar sem a necessária segurança natural. É para isso que serve o namoro. Isto significa que, fora do casamento, qualquer outro tipo de relação não deve ser assumida. O passo definitivo não é o experimental, o ocasional, o temporal nem muito menos o trauliteiro. Nada de prazos nem de traulitadas. Só o passo definitivo e confiante coloca os noivos em segurança, muito longe da esfera do medo. Há, de facto, quem faça a experiência da aliança a prazo por calculismo medroso de enfrentar o futuro. Ora, se o tal calculismo existe, isso é o bastante para não avançar. O medo é um tratante, escravizante, desassossegante, intranquilizante, paralisante e arrepiante. Se com medo não se deve avançar para lado nenhum, muito menos para o lado definitivo do casamento.

É bem claro que, na nossa condição humana, AMAR não é sempre fácil e é sempre um risco. Amar matrimonialmente implica atenção disponível para o outro que não é perfeito, e não para nós próprios; e amar para sempre na saúde e na doença, na alegria e na tristeza é bem arriscado. Mas, calma aí. Deus, que quer uma realidade de vida feliz para o casal, não quer uma armadilha ou uma cilada. A fé fala bem alto. Então, só quem está seguro é que deve avançar para viver o casamento e a castidade do casamento.

Casar é bonitchinho, bonitchinho, bonitchinho. É amar para sempre. É um verbo vivo. É vida dinâmica, é movimento contínuo até ao fim. Amar não é um sentimento nem muito menos uma qualquer paixão. Amar não é sentir. Eu posso amar muito sem nada sentir e posso sentir muito sem nada amar. Por vezes atendo pessoas casadas que nada sentindo pelo consorte, logo se apressam a dizer que assim não é possível continuar. Quando assim ouço, logo pergunto: «quando se casou foi para fazer a mulher feliz ou foi para se fazer feliz a si mesmo? CUIDADO. O egoísmo é um animal feroz que não se vence só com a cabeça fresca. Há que recorrer à fé vivida e praticada. Sem o Coração de Jesus não há nada a fazer nem no casamento nem fora dele.

E pronto. E dou-te mais um conselho: depois de eu morrer, não me venhas fazer mais perguntas.

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