Quem sempre viveu as nossas Festas, como instrumento lúdico e cultural – naturais ou forasteiros –, só pode sentir o “abatimento” de que se prespetiva neste ano de 2020 à considerada mais bonita romaria das romarias de Portugal.
Desde sempre este jornal relevou este evento como o mais marcante na vida da cidade. Em cada ano, ainda à distância, já pugnávamos por festividades de grande dignidade, para que o país se lhe rendesse e os poderes se sensibilizassem tendo em vista a promoção do desenvolvimento económico e social da região. Não é por acaso que a Viana juntou sempre o que de melhor tinha no plano cultural para que estas fossem as mais vistosas e comentadas festas do país.
Mas há que atender a realidade. E a ponderação justifica-se. Viana concelho, pós confinamento (04 de maio), segundo registos da DGS, teve apenas cerca de 30 e poucos novos infetados de covid 19 (média de três por semana). Esta satisfatória estabilidade permitiria um grau de abertura maior a visitantes, mas não se recomenda que assim seja. A saúde dos cidadãos é demasiado importante para que não se requeira o rigor necessário em grandes ajuntamentos.
Mesmo assim, em Agosto, Viana terá mais gente. Será bem-vinda e de certeza que contará com segurança, porque no plano da saúde vivemos uma conjuntura que tal permite. Mas, nunca será um número de visitantes que possa contribuir satisfatoriamente para dinamizar os sectores económicos que sempre aguardaram esta quadra para melhorar proveitos. Daí, a obrigatoriedade, de ponderar como teremos de minimizar males esperados.
O programa que foi dado a conhecer assenta todo ele praticamente no digital. É pouco, apesar dos condicionalismos com que se depara, seria possível ir mais além, dando à urbe, sobretudo, um maior ar festivo, revelando que a Romaria retomará a grandeza que sempre teve, mercê do denodo e empenho dos vianenses, particularmente daqueles que mais vida lhe dão. Era preciso algo que evidenciasse que Viana soube organizar superiormente as suas Festas, mas também está à altura de lhe dar sentido de presença forte em tempos de pandemia.
