O presidente da Câmara de Viana do Castelo disse ontem ter notificado o gabinete de arquitetura que projetou a Unidade de Saúde Familiar (USF) de Meadela que se o município perder o financiamento comunitário será responsabilizado.
“O projetista já foi notificado pelos erros, omissões e trabalhos extras. Neste momento, tem consciência das consequências dos erros do projeto. Há um erro imediato que é um aumento superior a 500 mil euros no valor da obra. Há ainda o risco de perda de 1,3 milhões de euros de financiamento do Norte 2020 se a USF não estiver concluída até final do ano”, afirmou Luís Nobre.
A construção da USF da freguesia urbana de Meadela, começou em fevereiro de 2022, com um prazo de execução de um ano. Em dezembro de 2021, numa visita à obra, o secretário de Estado da Saúde estimou a conclusão da obra para o final de 2022.
Além da derrapagem na conclusão do novo equipamento, o custo inicial de 2,2 milhões de euros, atinge quase 2,7 milhões de euros, mais IVA.
A construção da USF da Meadela foi candidatada ao Norte 2020, com uma comparticipação de 85%, sendo que a Câmara de Viana do Castelo assume a componente nacional e os arranjos exteriores.
A obra, que resulta de um protocolo entre a autarquia e a Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), é considerada “uma necessidade urgente para a freguesia”.
Ao abrigo daquele protocolo, a autarquia é responsável para a execução da empreitada, cujo projeto foi encomendado pela ULSAM a um gabinete de arquitetura e engenharia, do Porto.
Com uma área aproximada de quatro mil metros quadrados, o novo equipamento de saúde irá contar com 14 gabinetes de consulta médica, 10 gabinetes de enfermagem ou de consulta de enfermagem, quatro consultórios, uma sala de amamentação, outra materno infantil e fraldário, dois gabinetes multifunções, bem como salas de tratamento, salas de espera, arquivo, salas de reuniões e de pessoal, sanitários, vestiários e zonas de manutenção técnica.
A atual extensão de saúde da Meadela funciona num espaço pertencente à Casa do Povo, “edifício desqualificado e sem as desejáveis condições de funcionamento, nomeadamente ao nível das acessibilidades a pessoas com mobilidade reduzida, para um equipamento de saúde moderno, bem como à crescente densidade populacional, a qual se tem consolidado nas últimas décadas”.