T
rês vianenense que integram os vários quadros do Exército estiveram a assinalar o Dia do Exército na Princesa do Lima. Em conversa com o “A Aurora do Lima” falaram da “boa experiência” na Instituição e da vontade de incentivar os jovens a integrar as fileiras daquele ramo das Forças Armadas.
Paulo Ferreira é natural de Valença, mas reside na freguesia de Vila Fria. Com 38 anos chegou ao posto de Major. “Eu tenho ascendência militar. O meu pai era militar da Guarda Nacional Republicana e desde sempre vivi próximo do ambiente militar o que me levou a ganhar alguma afeição, vontade pelas Forças Armadas”, refere o militar. Acrescentando que ao entrar para o Secundário optou pela Academia Militar. “O meu grande objetivo era entrar na Academia Militar e ser oficial do quadro permanente para poder comandar Homens”, salienta. Adiantando que “após cinco anos de estudo e muito sacrifício” foi promovido ao posto de alferes e inicia a sua carreira de Oficial.
“Em 2008 fui colocado em Vendas Novas, na Escola Prática de Artilharia, e nessa unidade dei formação aos oficiais e sargentos do quadro permanente em Artilharia. Além disso comandei uma bateria de bocas de fogo, enquanto Tenente. Mais tarde, fui colocado em Leiria no Regimento de Artilharia n.º4, onde estive quatro anos colocado. Sempre ligado à componente operacional, onde comandei uma bateria de bocas de fogo até ir para o curso de Capitão”, assegura Paulo Ferreira.
O militar recorda a missão no Mali, onde teve a “oportunidade de trabalhar as funções de Estado Maior, ao nível das informações e formações” e trabalhou na “comunicação da missão, quer internamente, quer com o país Mali e com a União Europeia”.
Atualmente presta serviço no Centro de Recrutamento de Vila Nova de Gaia, Paulo Ferreira admite a quebra no recrutamento de militares. À questão, sobre as razões, o militar preferiu não responder: “eu prefiro não responder, porque há vários fatores que nos levam a estar nesta situação”.
“Esta é uma carreira aliciante, porque trabalhamos diariamente para termos um Exército moderno, inovador, credível, profissional e importante no apoio à população e muito próximo dos portugueses. Para ser militar é preciso ter vocação, porque exige muito de nós, com prejuízo para o tempo de descanso”, sublinha o militar.
Gabriel Sousa, de 25 anos, é também de Vila Fria e está no Exército desde outubro de 2016. “Fui para o Exército por curiosidade, visto que não tinha nenhum militar na minha família. Para mim, era um mundo desconhecido”, admite o sargento. Afirmando: “acho que faz bem a todos os jovens. É um estilo de vida diferente, mas no final é gratificante, porque muito do trabalho que fazemos é de ajuda às populações. Na Covid tivemos um papel preponderante, com os hospitais de campanha, colaboramos também nos incêndios”.
No ano em que ingressou no Exército fez o curso comum e foi promovido ao posto de soldado. “Depois desses três meses fui colocado no campo militar de Santa Margarida, no Primeiro Batalhão de Infantaria Mecanizada. Nesses quatro anos e meio que estive lá colocado, tive oportunidade de efetuar duas missões no Afeganistão. Este ano acabei o curso para Sargento e fui colocado na Escola de Serviços da Póvoa de Varzim”, frisa. Manifestando que “gostava de passar a mensagem a todos os jovens de que deveriam vir para o Exército e experimentar. Ter esta experiência, porque é muito gratificante. O que as pessoas acham que acontece, na maioria das vezes não é verdade. Os valores que nos são incutidos na nossa formação militar vamos levá-los para a nossa vida”.
João Silva, 22 anos, de Barroselas, ingressou no Exército há três anos. Neste momento, está num período de indecisão, mas argumenta que “cresci muito como pessoa” e “aprendi a ter responsabilidades. Mesmo que não queira seguir a vida militar aprendi algumas coisas que me vão servir para a minha vida profissional e pessoal”.
“Vou começar a tirar o 12.º ano e ver se abre o concurso para Praças. Mas também já pensei numa alternativa, que é ir para a GNR. Ainda estou a decidir”, salienta João Silva.
Os três militares estiveram alguns dias no Centro Cultural de Viana a receber os milhares de vianenses que visitaram a Exposição Tecnológica.
C.M.R.