A Europa que temos e a que queremos

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A Aurora do Lima

O projeto europeu, que hoje designamos como União Europeia (EU), começou a ser delineado em 1951, com a constituição da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. Os países que a construíram tinham como principal objetivo pacificar o mundo, que tinha acabado de sair da Segunda Guerra Mundial (1939/1945), considerada como o conflito militar mais mortífero da história, com um total estimado de 70 a 85 milhões de pessoas sacrificadas. Dado este passo fundamental, com o empenhamento de muitos e grandes estadistas, depois da criação da Comunidade Económica Europeia, em 1958, foi possível chegar à União Europeia presente, da qual fazem parte 27 países. 

Não falta quem ponha em causa a existência de uma Entidade que retira alguma autonomia aos países que a integram e onde, em boa medida, prevalecem bastante as decisões das nações de maior poder económico. No entanto, a UE, com os defeitos próprios de uma comunidade de Estados com interesses individuais, só pode ser vista como Entidade que desenvolve e harmoniza economias, tendo em conta os grandes valores das sociedades, como são, entre outros, a defesa da paz, o respeito pela liberdade e os direitos individuais das pessoas, sem esquecer a defesa do planeta em que vivemos, como ninguém o faz.

É esta União, apenas incompreensível para quem não a deseja, que temos boas e grandes razões para a defender, já que se trata de um projeto que alimenta e valoriza a vida como nenhum outro. A UE não é de fácil gestão e tem os defeitos próprios de uma comunidade de países com interesses diferenciados. Há, na verdade, muito a fazer para que se torne num projeto ainda mais avançado, mais justo e mais solidário, acudindo, em primeiro lugar, aos que mais necessitam, mas que também mais o sentem e valorizam.

Os recentes resultados eleitorais para o Parlamento Europeu, tendo aspetos negativos, como são os casos da França e da Alemanha, onde os extremismos se reforçaram, não foram o que alguns profetizavam. A Europa soube manter-se unida, com os cidadãos da maioria das nações a demonstrarem que a alternativa a esta comunidade é recuar no tempo e pôr a paz em perigo, já com a guerra bem perto de nós. Há, no entanto, razões para confiar, não esquecendo que o trabalho do progresso nunca estará concluído, e que há ainda muito para fazer, não omitindo, também, que o avanço não se faz com poderes musculados e que a vida tem mais valor em liberdade. 

                                GFM

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