“Temos de começar a preparar o verão em fevereiro”, diz o presidente da Federação Portuguesa de Dadores Benevolos de Sangue


O presidente da Federação Portuguesa De Dadores Benevolos De Sangue (FEPODABES) realçou, esta terça-feira, que o Instituto Português do Sangue e da Transplantação tem de fazer “uma melhor gestão das reservas de sangue do que atualmente temos”, para que estas não continuem a chegar a níveis críticos e obriguem a cancelar cirurgias, como aconteceu, recentemente, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Na opinião de Alberto Mota “temos de começar a preparar o verão em fevereiro e em setembro o Natal”, que é outra altura que, tradicionalmente, é também crítica.

“A falta de sangue, em 90% não se deve aos dadores, deve-se ao restrito horário de funcionamento dos locais onde se pode fazer dádivas, à falta de pessoal para recolher sangue e à falta de mais capacidade de organização, de promoção”, atirou o responsável.

“No princípio de agosto, primeira semana de agosto, costumamos ter alguma baixa nas reservas, porque é nessa altura que os dadores se deslocam das suas residências e vão para outros locais onde até nem há possibilidade de fazer recolha de sangue, mas este ano está a ser um ano muito atípico. Houve um aumento das infeções respiratórias, dos casos de Covid e muitos cancelamentos de colheita de sangue por falta de meios profissionais do instituto português do sangue, que tem a responsabilidade de recolher cerca de 60% do sangue necessário para o país”, explicou Alberto Mota.

Com as reservas de sangue, principalmente do grupo O+, A+ e B-, em níveis críticos, mais cirurgias poderão ser adiadas, nomeadamente, no Hospital de Santa Maria e no Hospital de Évora. Porém, o dirigente da FEPODABES, acredita que, como temos uma população “muito benevolente”, essas falhas não vão atingir os doentes oncológicos e pacientes em tratamento, que “precisam das suas transferências de sangue”.

Recorde-se que o Instituto Português do Sangue e da Transplantação admitiu dificuldades em dar resposta às necessidades de componentes sanguíneos nos hospitais, o que criou constrangimentos nas cirurgias do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Em comunicado, o instituto garantiu que está a acompanhar de perto a situação em Lisboa, como no resto do país e adiantou que os grupos sanguíneos mais afetados são o O+, A+ e o B-

Segundo o instituto, os períodos de férias e a deslocação das pessoas para fora da sua área de residência tradicionalmente tornam sempre mais difícil a manutenção das reservas em níveis mais confortáveis nesta altura do ano.

Dar sangue nos próximos dias

Se quiser dar sangue nos próximos dias poderá fazê-lo na IVIMA Marinha Grande hoje, dia 30 de julho, das 15h às 19h30.

Também hoje, poderá fazê-lo na Casa do Dador em Azurém, em Guimarães, entre as 14h30 às 19h.

Na sexta-feira, 02 de agosto, poderá fazê-lo na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, em Arcos de Valdevez, entre as 9h as 13h.

Já no sábado, 03 de agosto,  poderá voltar a fazê-lo na Casa do Dador em Azurém, em Guimarães, entre as 9h e o 12h30, e nos Bombeiros Voluntários de Rio Maior, entre as 15h e as 19h.

N.M.

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