Melhorar é sempre possível

Gonçalo Fagundes Meira
Gonçalo Fagundes Meira

Muitos vianenses, e mesmo forasteiros, afirmam regularmente que, em Viana, julho e agosto são meses de excessiva oferta cultural, sugerindo um planeamento com as atividades mais bem distribuídas ao longo do ano. Não é de agora que esta apreciação se faz. Nunca aqueles que têm responsabilidades de gestão podem ter a pretensão de agradar a todos, porque todos temos visões distintas, se bem que haja satisfatória unanimidade em princípios básicos de gestão e poder. Contudo, nas sociedades democráticas, de liberdades consagradas e alternância de poder, porque a pluralidade partidária é uma realidade, os poderes não podem deixar de ponderar no que a opinião pública vai afirmando recorrentemente.

É verdade que temos bem mais oferta do que procura cultural nos meses de pico de verão, primeiro porque a população local não é numerosa e, depois, porque os hábitos culturais ainda não são prática regular entre a maioria dos vianenses. Há iniciativas deste âmbito onde o público participante quase sempre se repete, mesmo que no mesmo dia se realizem duas ou três ações. Esta é a realidade que temos, que também não é só nossa. Como gente, para melhor ou pior, que ninguém pense que somos muito diferentes dos demais.

A diferença pode estar apenas no modo como outros têm gerido os programas e o tipo de iniciativas a levar a cabo, e na forma como as mesmas são planeadas e executadas. E isto constata-se no dinamismo, visibilidade e sucesso que conseguem pequenos concelhos do distrito na sua atividade cultural e recreativa, com boa participação pública, tendo em conta a sua dimensão. Esta realidade é alvo de debate desde há muito tempo. Não é por acaso que os partidos que se perfilam como poder, e mesmo outros, em tempo de eleições, promovem debates abertos para tratar o assunto. E não têm faltado ideias, algumas até interessantes. Entre várias, quase sempre ressalta a nomeação de um coordenador profissional para esta área, com provas dadas, fundamentalmente por bons resultados obtidos.

O poder existe para traçar as grandes diretrizes da governabilidade, definir os melhores planos de ação, e gerir bem os dinheiros públicos, porque este é dos contribuintes. A partir daí, sob controlo, deve haver alguém devidamente preparado para implementar no terreno, com sucesso, o que superiormente está estabelecido. O êxito dos outros também nos deve mobilizar para sermos melhores, até porque não nos falta matéria prima, a começar no associativismo, já que, mesmo com dificuldades de diversa ordem, este mostra pujança e obtém resultados que muito nos honram.

 

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