O santamartense Iúri Leitão conquistou, ontem, a medalha de prata na prova Omnium de ciclismo em pista. O jovem, de 26 anos, mostrou fair-play ao não aproveitar a queda do francês, que estava em primeiro lugar.
O ciclista Iúri Leitão caiu três semanas antes de se estrear nos Jogos Olímpicos Paris’2024, onde conquistou a prata no Omnium, mas não revelou a informação para não afetar a sua cabeça nem deixar passar para fora.
“Estas cicatrizes nas mãos dão conta de um imprevisto na minha preparação para os Jogos. Eu tive uma queda há três semanas, a descer, quando treinava. Tentei manter o máximo de sigilo possível para isso não afetar nem a minha cabeça, nem espalhar isso para fora, digamos”, contou aos jornalistas na zona mista do Velódromo Saint-Quentin-en-Yvelines.
O recém-sagrado vice-campeão olímpico de omnium exibia nas mãos ‘queimaduras’ de contacto com o asfalto, uma situação que escondeu “tanto para os adversários como para os portugueses”.
“Porque se já é uma situação difícil estarmos aqui, se acrescentarmos ainda esse fator, ainda agrava mais a situação. Enfim, tudo cresce, então eu tentei manter o máximo para mim”, explicou.
Iúri Leitão conseguiu hoje a segunda medalha de prata do ciclismo português em Jogos Olímpicos. A primeira foi conquistada por Sérgio Paulinho, na prova de fundo em estrada, nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004.
“É a primeira vez que estamos com os masculinos nos Jogos Olímpicos. Chegarmos aqui e conseguirmos a medalha de prata é fantástico. O Iúri fez trabalho de excelência, de muita competência. No omnium é preciso os atletas estarem bem sob todos os pontos de vista que os podem levar a ter sucesso. Só com muito trabalho é que se consegue progredir e ganhar consistência. Antes destes Jogos já tínhamos mais de 60 medalhas ganhas. Viemos para estes Jogos com noção de que a tarefa seria muito árdua”, explicou o selecionador nacional, Gabriel Mendes.
“Foi uma tarde muito intensa. Sabíamos que a concorrência estava muito forte. Tive uma queda há três semanas e estávamos reticentes sobre o que eu poderia fazer ou não. Fiz uma corrida praticamente perfeita, usando taticamente as forças que tinha. Ainda acreditei que pudesse chegar ao ouro, mas o francês estava mais forte e foi um justo vencedor. Esta foi a prova com maior nível em que participei na minha vida”, confessou Iúri Leitão.
Lusa/FPC