Muitos vianenses interrogam-se sobre o porquê de Viana, tendo tantas potencialidades para se desenvolver, continuar “adormecida”, enquanto a maior parte dos seus melhores filhos engrossam a diáspora. O que nos faltará para que esta “sina”, que alguns qualificam mesmo de “maldição”, deixe de pesar sobre a cidade e o concelho da foz do Lima?
Nos anos 70 e 80 do século passado, esta questão mereceu aprofundada reflexão e concluímos que o que nos faltava era, sobretudo, maior dimensão demográfica.
Defendemos, então, a autonomia administrativa do distrito e pugnamos pelo seu desenvolvimento socioeconómico e cultural, potenciado, sobretudo, pela instituição e robustecimento do ensino superior no Alto Minho e financiado por uma sociedade de desenvolvimento, um “quase-banco”, a fundar.
Mais tarde, convidado a candidatar-me, como independente, à câmara municipal vianense, aceitei o convite, com o ambicioso propósito de transformar Viana em cidade média nacional (cerca de 50 mil habitantes) e a pretensão de que o concelho superasse, tão cedo quanto possível, a barreira dos 100 mil habitantes.
De 1990 a 1994, a gestão camarária vianense procurou ganhar as gerações futuras, acreditando que, com esta política, também ganharia as eleições seguintes.
A cidade e o concelho desenvolveram-se, como todos os indicadores o atestam, tanto em termos absolutos como em comparação com a maioria das outras cidades e concelhos do país.
Mas, apenas quatro anos foram insuficientes para transformar Viana em cidade média nacional e em concelho com mais de 100 mil habitantes.
E, hoje, infelizmente, a cidade e o concelho estarão ainda mais longe, do que há 30 anos, de atingir os objetivos ambicionados!