Na sexta-feira, reuniram-se na Pousada de Santa Luzia, na 33.ª Cimeira, o Presidente do Governo de Espanha e o Primeiro-Ministro de Portugal, com dezoito membros dos respetivos gabinetes, sob o tema da inovação.
A Junta da Galiza e a Comissão de Coordenação do Norte tinham acordado requerer, aos respetivos governos, a inclusão nos memorandos de entendimento da Cimeira, não só a conexão em alta velocidade Porto-Valença-Vigo, mas também a melhoria da rodovia Arcos/Barca-Celanova, bem como outras infraestruturas e a aprovação do “estatuto do trabalhador transfronteiro”.
Estas pretensões rodoferroviárias e estatutárias foram, contudo, ignoradas. E nem a publicação de um “guia” dos apoios que as legislações dos dois países já conferem ao “trabalho transfronteiriço”, nem a assinatura do protocolo “112 transfronteiriço” as deixam olvidar.
Desta Cimeira, em Viana, além das reuniões oficiais, constaram a visita à cidade e o descerramento de uma lápide comemorativa na praça do Eixo Atlântico, este instituído há 30, também em Santa Luzia.
Antes da abertura da Cimeira, foi assinado em Braga o memorando para a criação de um laboratório ibérico na área da segurança alimentar. E a inovação terá ficado por aí!…
A eleição da nossa região para palco de cimeiras internacionais será sempre louvável, mas mais louvável o será se elas forem dignas de registo pela importância das decisões tomadas, sobretudo em prol do Alto Minho. E esta não o foi!
Augurávamos que a beleza de Santa Luzia inspirasse mais os governantes ibéricos na redução dos obstáculos à cooperação transfronteiriça. Mas, se na lenda do Lethes, atravessado este, os soldados esqueceram-se de Roma, nesta Cimeira, cruzado o Lima, os governantes esqueceram-se do Noroeste Peninsular!