A Netflix

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Alcino Pereira

Nesta minha rubrica de cinema entendi, a título excecional, alterar o padrão, examinando a prestação de um dos fornecedores mais prestigiados de séries e de filmes, referindo-me, obviamente, à popular “Netflix”.

Numa primeira abordagem a esta funcionalidade de cinema através da internet, reparei que a aplicação anuncia as estreias da semana assente num formato de sensacionalismo, dirigido a uma franja de adeptos que pende para essa vertente ou, então, orientado para quem procura um entretinimento efémero e fugaz. 

Alijando-me desse passo, avancei para uma pesquisa para inteirar-me dos tópicos que essa página, momentaneamente, contemplava, e os filmes ao qual elas estão agregadas.  Nesse crucial passo, pude notar que a Netflix dispõe de variadíssimas opções, distribuídas e arrumadas por género de filmes, que vão ao encontro das necessidades de âmbito cinéfilo.  Esses segmentos pertinentes constituíam-se pela “Noite de cinema para a família”, “´Tendências atuais”, “Dramas conceituados”, “Filmes sobre fé e espiritualidade”, “Filmes complexos”, “Comédias normais”, “Filmes de ação”, “Filmes de luta contra o sistema”, “Filmes galardoados”, “Filmes baseados em obras literárias”, “Comédias irreverentes”, “Filmes comoventes”, “Filmes realistas”, evidenciando uma panóplia de atrativos, no mínimo paradigmática.   

Nestes moldes sistematicamente organizados e percetíveis para o espectador, a “Noite de cinema para a família”, continha múltiplas histórias de animação, conjugando aventuras e enredos de índole eclética, além de adicionar longas-metragens de carácter motivacional e entretido, com o intuito de tornar essas sessões salutares para o seio familiar. No rol seguinte aparecia as “Tendências atuais”, que apresentava as novidades do ano, juntamente com filmes recentes mais vistos nos últimos tempos. Como terceiro da lista, tínhamos os “Dramas conceituados e Filmes complexos”, que absorvem géneros de filmes em que a aflição, a crispação, a perplexidade, gerada por uma convulsão social, são uma constante, e oferecem uma realidade dura, que porventura pode surgir no nosso quotidiano. No que toca, aos “Filmes sobre fé e espiritualidade”, estes esboçam um sentimento de confiança e de crença em dias melhores, sufragando supostos milagres e acontecimentos extraordinários. Negligenciando as “Comédias normais e Filmes de ação”, que empregam um cliché demasiado evidente, sucede-se “Os Filmes de luta contra o sistema”, que se distinguem por argumentos controversos e reacionários, espelhando um estendal de cariz identitário, político e ideológico. No que se refere aos “Filmes galardoados e Filmes baseados em obras literárias”, estes revelavam um manancial de histórias virtuosas, plasmadas e consolidadas pela crítica, fundamental para espectadores que pretendem desfrutar de obras ilustres, ancoradas por uma tónica cultural considerável. Numa lógica caricata, cita-se as “Comédias irreverentes”, composta por variáveis ousadas, que permitem a adoção de processos humorísticos, imbuídos num caudal mais requintado, imprevisível e surpreendente. Por fim, salienta-se a coligação entre “Os filmes Comoventes e os Filmes Realistas”, que imprimem um lastro de emoção e sensibilidade, numa espécie de reação aos estados ingentes e semânticos, que se gizam e são vitais para ilustrar uma visão cénica mais séria e dramática.  

Nem sempre catalogando desta maneira exata, a Netflix procede a ligeiras alterações, com nuances tipológicas de pormenor, mas, no cômputo geral, mantendo uma estrutura metódica e eficaz, recomendável para quem escolhe um filme com plenas certezas.  

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