Cada vez mais, e agravado na última década, a população adolescente enfrenta uma crise de identidade sem precedentes!… A crescer apenas fisicamente, longe dos seus recursos mentais, disciplina e responsabilidade, dependendo de tudo e de todos, sem autonomia e independência, rumando à deriva, com uma grande dose de insensibilidade, ausentando-se até dos valores da família mais chegada, nomeadamente os pais e irmãos, com reflexos para o futuro, como jovens, mulheres e homens de amanhã, com repercussões nefastas, para a futura sociedade!…
E quem são os principais culpados?…obviamente os pais, ou encarregados de educação, que, por comodismo e negligência, assistem, impávidos e serenos, a este teatro de coisas, sem cenário!…
Um flagelo, que é também extensivo a outros países, sobretudo a Europa do Sul, ressaltando, de um inquérito recente, que os jovens em Portugal dependem dos pais entre 26/30 anos, enquanto nos países da Europa do Norte dependem entre 22/24 anos.
Ouvi dois docentes e investigadores universitários, que se manifestaram, que seus alunos, já no 2º ano, ainda não sabem o que querem, sem objetivos.
E, perante estes malefícios, que são de alerta, entre esta população adolescente e jovem, insensíveis, a comprometerem os valores morais e irresponsabilidade, que até após os seus cursos académicos, concorrendo ao mercado de trabalho, com um período de estágio, após este, já existe recusa dos empregadores, pela sua continuidade, o que é muito lamentável.
Com o decorrer dos tempos, existem sempre fenómenos nas sociedades mais ou menos cíclicos, mas, no momento, infelizmente, este período está a ser mais duradouro, pondo em causa a evolução da sociedade jovem, de acordo com a conjuntura civilizacional, propensa a uma geração de ouro!…
Já basta pertencermos a uma sociedade cada vez mais desumanizada …E, como nunca é tarde para recuperar o espaço perdido, vamos acordar para a realidade…
Urge a intervenção imediata dos pais e encarregados de educação, bem como os sociólogos, com várias intervenções nos vários meios de comunicação social, instituições culturais e recreativas, com muitas palestras. Em suas casas, os pais podem e devem ser os principais mentores, com permanentes diálogos ou conversas, incutindo e passando a mensagem de responsabilidade, coerência e sensibilidade. E não descorar as novas tecnologias, bem utilizadas, não atirando para cima destas também culpas.
Está em causa a futura geração, que se quer que seja de ouro. Uma reflexão: Precisamos, e muito, que a nossa população adolescente e jovem desague em águas cristalinas.
Jaime Fernandes