Acerca da extinção da Unidade de Saúde Familiar (USF) Arquis Nova, em Darque, o Bloco de Esquerda enviou-nos um comunicado em que recorda que, no início de 2024, foi decidido pelo Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) que a USF seria extinta, uma vez que os médicos desta USF recusaram o regime de contratação de dedicação plena. Lembra, ainda, que o processo de reestruturação iniciou-se em julho de 2024, e implica a integração dos profissionais da USF Arquis Nova na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Darque.
Os bloquistas consideram, a propósito, que a USF Arquis Nova, criada há mais de 13 anos, com cerca de 10 mil utentes, apresentava elevados resultados de satisfação dos utentes e objetivos de desempenho que se traduziam na qualidade da prestação dos cuidados aos utentes. Contava com 7 médicos, 7 enfermeiros e 5 secretários clínicos, que agora regressarão aos seus serviços de origem.
“Segundo os profissionais de saúde desta USF, não haverá qualquer benefício com esta reestruturação, e assumem que a prestação de cuidados de saúde aos cerca de 10 mil utentes, possa ser prejudicada. Com a junção com a UCSP de Darque, o número de utentes irá ultrapassar os 18 mil, número máximo que uma UCSP ou USF podem ter, o que segundo o Conselho Geral da USF Arquis Nova, irá pôr em causa a acessibilidade e os cuidados de saúde, bem como a organização desta unidade de saúde. Com esta junção cria-se uma macrounidade com 19 médicos, 18 enfermeiros e 14 secretários clínicos”, referem os bloquistas.
O Bloco de Esquerda considera que “deveríamos estar a caminhar para um reforço dos cuidados primários, capazes de responder a uma população envelhecida e com crescentes necessidades de acesso à saúde, que estejam mais próximos da população, não extinguir aqueles que funcionam com altos níveis de satisfação dos utentes, colocando em causa a saúde das populações”.
No documento entregue na Assembleia da República o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda pretende saber “qual o motivo da proposta dos profissionais de saúde da extinta USF, de criação da UCSP Arquis Nova, em alternativa à extinção, não ter sido acolhida; quantos utentes ficarão sem médico; como serão garantidas a acessibilidade, qualidade dos cuidados de saúde e a organização da unidade de saúde; e ainda, qual será a utilização da infraestrutura da USF Arquis Nova que foi requalificada em 2010”.