Recentemente, debateu-se em Viana a importância das cidades médias no desenvolvimento regional e na coesão territorial nacional. Mas, apesar da relevância desta temática, pouco se ouviu falar dela, particularmente onde ela se debateu.
Definidas como médias as cidades de mais de 20 mil e menos de 100 mil habitantes, estas cidades funcionam como elementos de coesão territorial, ligando o rural e o urbano, e assumem um importante papel no desenvolvimento regional sustentado. No Noroeste Ibérico, o Alto Minho ocupa uma posição central, entre a área metropolitana de Vigo-Pontevedra e as sub-regiões do Cávado e do Ave e a área metropolitana do Porto.
A centralidade do Alto Minho (e de Viana) no contexto destas sub-regiões galegas e portuguesas não se tem traduzido em maior dinamismo e progressão demográfica e económica, como se esperava da integração de Portugal e da Espanha na União Europeia e do reforço da litoralização que se verificou nos últimos anos. O Alto Minho é o território de mais baixa densidade populacional na fachada ocidental do Noroeste Peninsular. E tendo, no último trimestre, registado apenas 363 nascimentos, só estancará a hemorragia demográfica com o recurso a abundante imigração e à contenção da emigração. Mas tal só ocorrerá se conseguirmos dinamizar o tecido empresarial regional, reduzindo a carga fiscal que o onera.
Nos primeiros anos da década de 90, fizeram-se muitos investimentos, sobretudo estrangeiros, no concelho de Viana, graças à garantia de melhoria das acessibilidades e infraestruturas, de qualificação urbana e do não lançamento de derramas municipais. E esta garantia pesou muito na decisão da localização daqueles investimentos.
Infelizmente, depois daqueles anos, foram lançadas derramas elevadas, para a cobertura de despesas pouco orientadas para o desenvolvimento sustentado do concelho e da região, que contribuíram para a deslocalização de alguns daqueles investimentos.