Exposição de Paula Pereira Observando-a ficamos mais ricos

Já aqui falamos desta mostra para anunciar a sua abertura, que aconteceu no passado dia 3 do mês em curso, na Galeria da Santa Casa da Misericórdia de Viana, mas sem que a conhecêssemos por inteiro, daí que só agora se possa fazer uma abordagem mais bem conseguida da mesma.

A Paula Pereira é uma artista que nos surpreende pela criatividade e pela diversidade da sua arte. São os temas, os estilos e as técnicas que julga adequadas aos desafios que lhe possam fazer terceiros ou que ela faz a si própria que nunca deixam de nos surpreender. Acontece ainda que em cada uma das suas exposições há sempre algo mais, como é o caso das suas inesperadas instalações, onde a sua imaginação se alarga e se afirma para estímulo da nossa curiosidade.

Desta vez as Festas d’Agonia são o tema, motivo que muitos outros artistas têm explorado. Sem qualquer intuito de tentar valorizar ou desvalorizar alguém, o que se pode afirmar é que esta exposição da Paula Pereira cativa pela diferença. No mesmo espaço estão duas variantes que, aludindo à mesma temática, se apresentam com cariz bem distinto. Numa primeira parte, em forma geometrizada, pincelada expressiva e abundante na cor temos os motivos que são habituais e dão riqueza às nossas Festas: os forasteiros, os cabeçudos, as mordomas, as bailadeiras, os concertinistas, a procissão ao mar, etc. Na segunda, temos a representação de um surpreendente diálogo telefónico entre duas vianesas que comentam a Romaria e em relação à qual, neste diálogo, surgem as mais diversas expressões: entusiasmo, surpresa, expectativa, espanto, etc. Os quadros apresentam-se todos numa linha uniforme, compostos sobre linho tratado, onde o cabelo das personagens é trabalhado em croché, dotando todas as obras de uma elemento artesanal que resulta em simbiose perfeita com a componente plástica.

A exposição completa-se com uma instalação assaz curiosa. Uma estrutura, também ela de caris artístico, suporta um conjunto de caixas com motivos diversos, onde o croché é novamente explorado, permitindo observar no seu interior imagens de mulheres cobertas em parte com peças do traje à vianesa.

GFM

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