Fecho das passagens de nível inquieta população de Mazarefes

A população de alguns lugares da freguesia de Mazarefes reclama acessos condignos para atravessar a linha férrea. Quatro passagens de nível foram fechadas há cerca de “seis ou sete” anos e apenas foi construído um viaduto e uma ponte, que não “é adequada a pessoas com problemas de saúde e com alguma idade”.

Beatriz Liquito arrisca e passa numa abertura, que “alguém fez” numa das passagens de nível vedada, no lugar de Ferrais. Este foi um dos quatro lugares divididos. “Eu arrisco passar aqui, porque senão tenho de passar a ponte e fazer um circuito maior”. Aquela moradora do lugar do Monte já deixou de ir à missa à noite porque não se sente segura. “Eu à noite já não vou à missa, porque custa-me muito subir a ponte e não arrisco passar aqui”, refere.

Outra moradora da Estrada das Boas Novas, que preferiu não se identificar, lamenta que tenham encerrado as quatro aberturas e não tenham acautelado a passagem das pessoas em todas elas. “A gente sente que a freguesia está dividida. Da parte de lá existe um talho, um restaurante, um cabeleireiro e até um moinho e as pessoas deixam de ir lá porque fica muito distante”. Há situações em que é necessário percorrer mais dois quilómetros do que quando existia as passagens de nível.

O viaduto criado e, segundo, os populares só favorece um lugar, que é o da Conchada. Os outros três lugares só “têm acesso pela ponte”, que “não é adequada para quem têm problemas de saúde e algumas dificuldades de locomoção. A ponte tem uma inclinação muito grande o que dificulta a passagem das pessoas”, lamentam.
A passagem, designada localmente de Calistros, foi fechada após a morte de uma pessoa. Contudo, e apesar da existência de um muro, nos dois lados, de cerca de 50 cm, há quem arrisque ultrapassá-lo e passar pela linha. “Há pessoas de 70 anos, homens e mulheres, que passam aqui”, refere Beatriz Liquito. Adiantando que “esta é das mais perigosas, porque está em cima de uma curva”. Mapa da freguesia, Crédito do Instituto Geográfico e Cadastral do Exército – CMP Folha 40 – 1997

O presidente da Junta refere que o encerramento das passagens de nível foi uma decisão da REFER. Manuel Viana apontou que a preocupação do Executivo é “a segurança das pessoas de Mazarefes e Vila Fria”. Adiantando que “já falei com a engenheira da REFER que me disse que a responsabilidade da construção de passagens superiores ou inferiores é da Câmara Municipal. O que posso prometer é que farei pressão para que a autarquia faça uma passagem adequada”.

Manuel Viana lamenta a morte “de um amigo“, que aconteceu na passagem de nível de “Calistros“. “A REFER tinha deixado, naquele espaço, uma abertura para as pessoas passarem, mas desde que houve aquela morte vieram fechar totalmente“, explica.

Garantindo que “nem a REFER nem a Junta se responsabilizam pelo que venha a acontecer às pessoas que passam a linha, sem segurança”. Manuel Viana apela às pessoas para que não arrisquem a passar a linha férrea, garantindo que vai tentar encontrar uma solução juntamente com a Câmara Municipal. O autarca manifesta a preocupação com a segurança dos seus concidadãos.

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