O Gabinete de Apoio de Família (GAF) faz este ano 25 anos. Tem instalações remodeladas e uma nova viatura (gabinete móvel) para a equipa de rua que faz a sua intervenção em todo o distrito de Viana do Castelo.
O arranque oficial das comemorações do 25º aniversário do GAF, cujo momento alto ocorre em maio, compreendeu uma visita às instalações e a bênção da nova viatura.
Conforme referiu Leandra Rodrigues, coordenadora geral do GAF, a intervenção nas instalações, entre agosto e novembro, na Rua da Bandeira, nº 342, passou, essencialmente, por isolamento, pintura e adaptação de espaços às necessidades atuais, além de uma intervenção geral face à idade do imóvel. Foram cerca de 30 mil euros, um valor idêntico ao da aquisição da carrinha diesel.
Ambos os investimentos tiveram o suporte da Câmara Municipal, razão que levaram o padre Carlos Gonçalves, presidente da Direção – que benzeu a nova viatura – a sublinhar a sensibilidade desta para com este projeto de intervenção social. Frisou, mesmo, que o executivo liderado por José Maria Costa tem sido aquele que se tem revelado mais ativo no apoio.
O chefe do Município aproveitou para lembrar que quando o GAF arrancou, em 1994, estava ainda ligado à Diocese e a questão da Família era algo que se debatia com frequência. O GAF foi inovador e disruptivo nas respostas sociais, com gente jovem, observou, sublinhando que foi precursor na novidade em questões como a violência domestica.
As áreas de intervenção do GAF passam pelo apoio à comunidade, prevenção e intervenção na violência doméstica, proteção da família e da criança, saúde e comportamento desviante e com serviços socialmente solidários. Tem 56 colaboradores, dos quais 36 são técnicos superiores, e um orçamento anual de um milhão de euros.
A coordenadora destacou o trabalho das equipas multidisciplinares, designadamente na exclusão social e violência doméstica. No âmbito desta recebeu, no último ano, cerca de 120 pedidos de apoio, pelo que a casa que tem destinada para alojamento das vítimas (com espaço para 15 pessoas) se revela insuficiente.
Instada sobre como têm evoluído os comportamento aditivos dos que são assistidos pelo GAF, referiu que se verifica um aumento a nível de casos de alcoolismo e diminuição nos dependentes de heroína e cocaína.
Isto mesmo nos confirmou Cláudia Marinho, técnica superior de Educação Social que coordena e equipa de rua. Constituída por sete elementos, incluindo uma estagiária, enfermeiros, psicólogo e técnicas das Ciências da Educação e de Serviço Social.
Durante o dia, de segunda a sexta, percorrem os 10 concelhos do distrito, efetuando uma visita semanal a cada uma das 140/180 pessoas que acompanham. Estas são-lhes referenciadas, em muitos casos pelos próprios, que pedem ajuda.
Nos locais, muitos deles sem grandes condições, onde os contactam, são, em geral, bem recebidos. Para os acompanhar, são envolvidas as famílias e, quando isso não é possível, por exemplo, o presidente de Junta. Há casos de êxito e situações de abstinência durante alguns meses, mas na maioria dos casos voltam a recair.
Dados estatísticos revelam um aumento dos atendimentos nos últimos anos. Em 2018 andou pelos 11300, 540 homens e 771 mulheres.
Em 25 anos de atividade, foram atendidas mais de 13 mil pessoas e efetuados 130 mil atendimentos.