Aqui há tempos, todos nós demos conta que a capela das almas do Viso, na curva do Sr. Horácio Figueiras, tinha sido abalroada. Passados quase dois meses o seu estado continua degradado com as paredes em desequilíbrio fruto de forte pancada, ao que dizem, com traseira de camião.
É de crer que a Junta de Freguesia de Alvarães, ciosa da defesa e preservação do património histórico e religioso da vila, já tenha em seu poder os dados suficientes de culpabilidade de alguém mais distraído ou fruto de irresponsabilidade no manuseamento de camião e daí poder dar uma resposta àqueles que desejam ver a capelinha rapidamente reconstruída.
A capela é do lugar, é da vila de Alvarães, é de todos os que sentem os atentados ao património como crimes que urge reparação.
Na Monografia mais antiga de Alvarães, a do Cónego Cepa (1939) não há nenhuma referência à construção desta capela/alminhas com forte devoção popular como o comprovam as velas votivas ali colocadas e onde no seu painel de azulejo sobressai gravada a quadra de Monsenhor Moreira das Neves: “Não se digam portuguesas/as aldeias tão mesquinhas/que a abençoá-las não tenham/lindo cruzeiro e alminhas.”
Estes pequenos monumentos são memórias de piedade de grande valor etnográfico e também emblemas do Cristianismo. Ali, há valor artístico na pedra lavrada, sentimento e história.
De acordo com informações recolhidas, esta capelinha foi construída no início do século XX por uma freira fugida de Lisboa na altura da revolução republicana (1910) e que era tia da D. Albertina Capela, que morava ali à beira.
Consta que a família Peixoto (Pe. Manuel Peixoto de Passos, do lugar do Viso), residente a escassos metros do local, também colaborou na sua construção.