A Epidemia da Nicotina

As crianças e os adolescentes são altamente suscetíveis à dependência da nicotina. O início do consumo de nicotina (produtos de tabaco) em idades precoces (menos de 21 anos) aumenta o risco de os jovens se tornarem consumidores ao longo da vida.

Atualmente, a Indústria do Tabaco (IT), está a lançar no mercados novos produtos de tabaco com designações diversas (tabaco aquecido ou tabaco sem combustão e dispositivos eletrónicos de fornecimento de nicotina em forma líquida – e-cigarros) cujo principal alvo são os jovens. As campanhas de marketing em diferentes plataformas induzem nos jovens o apelo a experimentarem estes novos produtos com a mensagem simples de serem mais seguros, menos poluentes e de baixo risco para a saúde quando comparado com o tabaco tradicional. Em contrapartida, há cada vez mais evidência científica que confirma que a utilização destes produtos é uma porta de entrada para a dependência da nicotina junto dos adolescentes.

É importante esclarecer a população avisando que estes produtos não são isentos de riscos para a saúde. O vapor contem partículas ultrafinas, compostos orgânicos voláteis e metais pesados tais como o níquel, estanho e chumbo, para além dos aromas (sabores), solventes como glicerina ou o propilenoglicol e da própria nicotina. A inalação destes produtos ou o “vapear” provocam inflamação dos alvéolos pulmonares e alterações significativas da função pulmonar, a médio e longo prazo, que levam ao aparecimento precoce da doença pulmonar obstrutiva crónica e infeções respiratórias. Por outro lado, um estudo recente refere que o consumo de e-cigarros com nicotina pode causar rigidez nas artérias e por consequência aumentar o risco de ataque cardíaco ou outras complicações cardiovasculares.

Os estudos feitos em humanos sugerem que a inalação de vapor não é inócua e não é uma alternativa segura ou inofensiva ao tabaco tradicional.

Um outro argumento que é veiculado pela IT refere-se ao facto de estes produtos poderem serem uma ajuda para cessação tabágica. Até ao momento, todos os estudos com validade científica, realizados em diferentes países demostram que este argumento não é verdadeiro.

A única alternativa verdadeiramente saudável ao problema do tabagismo é simplesmente não fumar.

 

 

Manuel Rosas – Fundação Portuguesa do Pulmão – Delegação de Viana do Castelo (Foto: Mais 24 Hrs – Blogger)

Item adicionado ao carrinho.
0 itens - 0.00

Ainda não é assinante?

Ao tornar-se assinante está a fortalecer a imprensa regional, garantindo a sua
independência.