pairam máscaras e máscaras
sobre nós
pairam tenebrosas máscaras
sobre nós
em tempo de pandemias
sem máscara
julgo-as conhecer
apesar da miopia social
a que nos querem submeter
olhamo-nos
e deixamos transparecer
em cada máscara
um alento de ser
para além do medo e do degredo
a que nos querem confinar
algo estranho mascarado
porém
se intromete entre nós
inibindo a natural pulsão
de um desnudado olhar
para além da máscara
na simples ambição de sonhar
o tempo que há-de vir
são tempos e tempos de uma intemporal
brutal social endemia
mas apesar de sectária e sanitariamente separados
explorados
oprimidos e carentes
sendo nós revoltados unidos e solidários
jamais vencidos
no devir
no devir
e no devir
aos falsários prepotentes
a máscara há-de cair
amoura