A propaganda dos produtos de tabaco no Séc. XXI

Recentemente doze Sociedades Científicas Portuguesas elaboraram um documento a manifestar o seu desagrado e recomendação à população para a não experimentar, nem utilizar os Produtos de Tabaco Aquecido (PTA) como alternativa ao tabaco tradicional, dado que o risco para a saúde humana mantém-se, a própria Indústria não o desmente, e a melhor forma de salvaguardar a saúde das populações e do ambiente é não fumar (nem vapear) nicotina.

A mensagem é simples: para os jovens, o melhor é não experimentar produtos que contenham nicotina (cigarros e outros). Para os fumadores o fundamental é pedir ajuda profissional, através do Serviço Nacional de Saúde, para a cessação tabágica. Quanto aos fumadores que não se sentem motivados ou não encontram razões, ainda, para parar de fumar, podem e devem expor as dúvidas ou crenças aos mesmos profissionais de saúde, que estarão disponíveis para os aconselhar sobre qual o melhor tratamento, de acordo com as boas práticas e base científica comprovada.

Os PTA contêm nicotina, substância altamente aditiva e que provoca dependência, e outros produtos que são adicionados, aumentando assim a atratividade ao consumo, como seja os açúcares e aromas (mentol, café, chocolate, banana, manteiga, canela, cravo, eucalipto, menta, morango, baunilha, entre outros).

Atualmente, a experimentação e uso de PTA pelos adolescentes e jovens está a sofrer um crescimento exponencial, e já se demonstrou que aumenta o risco de iniciação no consumo de cigarros tradicionais e noutras drogas, para além do risco de renormalização do tabagismo e da epidemia da nicotina, através do uso duplo com os cigarros convencionais.
A nova tática da Indústria do tabaco passa pela contratualização dos chamados influenciadores de Mídias social – quase celebridades com elevado número de seguidores – para promover e comercializar os seus produtos diretamente aos jovens, no Facebook, Instagram, Twitter e Snapchat, segundo um documento de consenso elaborado por mais de 100 organizações de saúde pública de vários países e divulgado pelo site Crianças Livres de Tabaco (https://www.tobaccofreekids.org/ acedido em 23 maio de 2019) com sede nos EUA.

Esta estratégia de marketing agressivo é apenas uma entre outras que são usadas pelas empresas de tabaco, para atrair os novos clientes e aumentar as vendas, como por exemplo:
Reduzir as preocupações com a saúde do consumidor através de alegações de que os PTA são produtos de risco reduzido; Manter ou aumentar a aceitação social do fumador; Abertura de lojas de venda dedicada para demonstrações e vendas, por exemplo, a iOS, juntamente com suporte de cal centre para os consumidores.

Todas as formas de uso do tabaco são prejudiciais. O tabaco é inerentemente tóxico e contém carcinogéneos, mesmo na sua forma natural. Portanto, a OMS recomenda que estes produtos sejam sujeitos às mesmas medidas políticas e reguladoras aplicadas a todos os outros produtos de tabaco, em conformidade com a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da OMS (WHO FCTC).

Portanto o slogan é: Não experimente consumir nicotina. Pare de consumir o mais precoce possível. Para os que não conseguem, peça ajuda aos profissionais de saúde que estarão disponíveis para o ajudar, com base na sua experiência e boa prática clínica, ou através da Linha Saúde 24.

Manuel Rosas
(*) Psicólogo Clínico

Foto: https://vaping360.com/

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