Sábado à noite, 01 de dezembro, às 21h30, Filipe Crawford, aquele que pode ser considerado em termos artísticos uma referência no panorama do cinema e da televisão em Portugal e que que pode ser apreciado na recente série de televisão 3 Mulheres, no papel de tipógrafo, apresenta, no Teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima, “A Última Noite do Capitão”, um espectáculo para maiores de 12 anos.
Baseado numa historia verídica, este monólogo, Tragicommedia dell’arte, adaptação livre de “Le Bravure de Capitano Spavento” (1619) do cómico Francesco Andreini (1548-1624), concilia o drama com a comédia.
O retrato da vida de Francesco Andreini, cómico dell’arte, afastado das tábuas do palco e nostálgico dos anos de glória da comédia italiana dos finais do séc. XVI. Uma carta que escreve ao seu antigo mecenas é a chave que abre o álbum de recordações dos sucessos obtidos há mais de 400 anos. Num estilo muito próximo do “Canto do Cisne” de Tchecov e do “El Canto de la Rana” de Sinisterra, de carácter histórico, mas, neste caso, passada nos inícios do séc. XVII em Itália, utilizando as máscaras de couro da Commedia e salvando do esquecimento monólogos exultantes e barrocos ditos pelo Capitão, recopiados do texto original de 1619 “Le Bravure di Capitano Spavento” criando deste modo uma adaptação de um dos livros mais sugestivos da Commedia dell’arte, livro que foi motivo de inspiração, plágio e veneração, entre os comediantes desde 1600 até hoje. A encenação é austera, sem recurso à música ou a efeitos de luz, transitando entre a tragédia e a comédia, entre a alegoria e a crua realidade, num registo de teatro intimista onde sobressai o relato pungente de Andreini e a fantasia do Capitão, personagem que, segundo Julio Vélez-Sainz, seria o gérmen inspirador de Don Quixote, de Cervantes.
Filipe Crawford é o intérprete desta versão portuguesa da peça de Cabezas, também ele comediante especialista na Commedia dell’Arte, que, com 60 anos assume a personagem de um velho actor que já foi famoso e se encontra agora esquecido e na miséria. Para além do interesse histórico e teatral da peça, que é uma lição de teatro, pretende-se com a sua temática alertar também para a precariedade trágica da vida dos artistas, muitas vezes condenados a um fim de vida votado ao esquecimento.
Para além do teatro, em que Filipe Crawford é das mais notáveis referências nacionais, em termos de televisão e de cinema, atente-se para as seguintes participações e interpretações: 1979: Histórias Com Pés e Cabeça (TV); 1983: Origens (TV); 1984: Sempre-em-Pé; 1987: Atys: Diana; 1989: Blues do FM (TV): Tânia; 1989: Comboio da Canhoca; 1989: Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente (TV); 1990: Marina, Marina (TV); 1993: Sozinhos em Casa (TV): Pimenta (1 episódio); 1993: Ideias Com História (TV); 1993: Nico d’Obra (TV): (1 episódio); 1995: Adão e Eva: Guilherme; 1996: Barba & Cabelo (TV): Pimenta (1 episódio); 1998: Diário de Maria (TV); 1998: Médico de Família (TV); 1999: Três Noites Sem Dormir (TV); 1999: A Lenda da Garça (TV): Álvaro Silva; 2001: O Espírito da Lei (TV): (1 episódio); 2002: Tudo por Amor (TV): Henrique Morais; 2004: Inspector Max (TV): (1 episódio); 2006: Bocage: Conde Pombeiro; 2007: Vingança (TV); 2007: Floribella (TV); 2008: Deixa-me Amar (TV): (1 episódio); 2008: Liberdade 21 (TV): (1 episódio); 2004 – 2009: Morangos Com Açúcar (TV): (1 episódio); 2009: Um Lugar Para Viver (1 episódio); 2010: Destino Imortal (TV): Professor Lopes; 2011. Laços de Sangue (TV): Padre
Jerónimo; 2012. Dancin’ Days (TV): Ministro dos Negócios Estrangeiros; 2017: Inspector Max (TV): (1 episódio); 2018: 3 Mulheres (TV): Tipógrafo;2018: Ruth (Cinema): Catarino Duarte.
Bilhetes à venda (4,00€) e mais informações no Teatro Diogo Bernardes, pelo telefone 258 900 414 ou pelo email [email protected]