Gente do Minho que de ano a ano tenha oportunidade durante os meses de fevereiro percorrer o Algarve, logo se espanta ao deparar-se na paisagem algarvia as amendoeiras em flor.
Admirando o charmoso colorido das amendoeiras, logo se apercebe que milhares de amêndoas ainda estão presas aos seus ramos floridos.
Será um facto civilizacional de desleixo? Num certo modo de ver, o nosso povo nesta fase da vida terrestre deixou de amar o seu próprio património natural frutífero e paisagístico, talvez por ter esquecido as manuais alfaias agrícolas do passado século, por no presente manipular nas suas mãos os agora “utensílios” digitais iPads e smartphones.
Acontece que, o autor destas linhas vendo-se na possibilidade de juntar o útil ao agradável, apetrechado com um cabo de vassoura, de frente às belas árvores fruteiras, bastou tocar nos frutos da planta para colher uma farta quantidade de amêndoas todas elas apanhadas à mão, pela sua cara metade.
Sem prova do contrário, Portugal era no passado um exportador de amêndoas, porém, hoje, é importador de centenas de toneladas de amêndoas oriundas dos EUA.
Vendo bem as coisas, também no nosso Minho acontece o triste abandono quanto à falta de recuperação de produtos frutíferos, preferindo deixá-los alastrar no chão e vê-los apodrecer, ora, nos anos 50 e 60 do passado século, é bom lembrar, os proprietários sulfatavam os frutos e os cachos de uvas rente aos caminhos com cobre, enxofre e pó de caco para evitar que os rapazes a caminho da escola, não pudessem matar a fome.
Por outro lado, constata-se também o acelerado dizimar de muitas áreas de verdes pinhais desfigurando a paisagem natural do verde Minho, como acontece de forma acelerada em Chafé. Essas nuas áreas sem qualquer replantação dão espaço à proliferação de austrálias e acácias que com o tempo são autênticas matas propícias aos devastadores incêndios.
Será que os autarcas do concelho Vianense decretarão um breve dia, algo de sério para que os munícipes tomem consciência e reconheçam que deverão repor o que de seus pais herdaram e sobretudo, protejam o que a natureza até então criou e que graças a ela vivemos?
Golfinho morto na Amorosa
A poluição do mar é uma realidade constante tendo em conta a falta de civismo do animal humano.
Mesmo em período de pandemia Covid, sobre a qual todos os homens e mulheres vivendo neste planeta azul deveriam consciencializar-se de modo a proteger o seu meio ambiente, porque contra factos não há argumentos, estão a contaminar-se a si próprios.
A prova está à vista junto ao golfinho morto na areia da praia da Amorosa em Chafé, frente ao Cruzeiro, constatando-se uma máscara tipo Covid-19, abandonada por um outro animal, neste caso um bípede.
Quanto ao golfinho abandonado na praia em 20 fevereiro do corrente mês, foi solicitado à Junta de Freguesia de Chafé levar o cadáver para um seguro lugar térreo.