Abriu a pesca legal à lampreia a montante da ponte

No ano corrente a pesca legal da lampreia no rio Lima a montante da ponte de Lanheses abriu neste sábado, dia 09, do corrente mês de janeiro. Há já alguns dias que os habituais pescadores naquela zona, quase todos amadores, aguardavam expectantes a abertura legal da época preparando e testando as pequenas embarcações com motor fora de borda e demais apetrechos utilizados, ao mesmo tempo que visionavam as condições do fundo do rio no talhão que têm destinado e onde pensam poder vir a pescar, usando o bicheiro, o esguio peixe a recuperar do esforço da longa viagem da subida do rio.

Contando com os da margem esquerda, serão cerca de uma dezena, os pescadores que se dedicam à pesca da lampreia-marítima, a variedade comum do Lima, que exercem com mais assiduidade e tempo de trabalho. Quase todos o fazem por paixão e prazer, mas não alienam o benefício económico que o exercício da atividade representa, podendo auferir rendimentos significativos numa boa época sazonal.

A pesca da lampreia em Lanheses é uma atividade que vem de tempos imemoriais. Todos os que a praticavam e conheci na infância já não pertencem ao número dos vivos: Ti Gusto da Clara e filho Manel, Carolino, Rochinha, Badalheiro e filho Alfredo, Zé do Rego, são agora representados pelo Neu Tuta, Luís, Adriano, Carlos, Zé Ilídio, Rocha, Catolino, Caninhas, entre outros, sendo que este último, além da pratica em regime amador a exerce também em modo empresarial. Uns mais do que outros, numa safra bem sucedida, o trabalho pode ser bem remunerado.

IGUARIA
Atualmente, o consumo da lampreia em restaurantes é uma iguaria muito reclamada e prato obrigatório na ementa turística. Há iniciativas promocionais de grande impacto social, dias “da lampreia” especiais para o consumo que decorrem em localidades e regiões diversas, cada uma reclamando a genuinidade e a primazia da qualidade da confeção do pitéu, às quais acorrem os apreciadores vencendo quilómetros sem conta ou medida. Em Lanheses também já se promoveram (recentemente) eventos desta natureza.

Nos anos 40 do século passado, uma lampreia com a apresentação de debutante vistosa, valia, entregue à mão no domicílio, entre 2$50 e 5$00, na moeda então em vigor. Não obstante, nem sempre o vendedor convencia um comprador: era cara… Nos novos tempos, o valor pode começar nos 50 ou 60€, quiçá mais se o produto for escasso, por unidade no dealbar da época, descendo gradualmente até ao primeiro mês do ano sem “r”, isto é, de Maio, quando o peixe já deixou de ser atrativo e novidade.

Pescado na estação do inverno o peixe permite a congelação sem perda de qualidade, podendo assim ser consumida na estação quente do ano, designadamente, por quem estando emigrado na fase da pesca vem à terra da naturalidade em gozo das férias.
No que à preparação concerne a lampreia permite ser cozinhada ao gosto de cada apreciador, sendo as duas mais correntes a preparada com arroz e à bordalesa, mas ainda com feijão e assada na brasa, entrando até na composição de gelados.

A preparação exige alguns conhecimentos específicos, designadamente, a necessidade de retirar um pequeno órgão interno do corpo com o qual o peixe ficaria intragável.

É voz corrente, mas com fundamento na diferença de temperatura da água, que a melhor lampreia é a que provém dos rios do norte do país, do Douro ao Minho.
Então, boa safra para todos.

PANDEMIA “ATACA” PARQUE INFANTIL EM LANHESES
Estava pronto para a inauguração o pequeno parque infantil, acrescentado ao Parque Verde, em Lanheses, mas o surto pandémico do coronavírus identificado em Portugal causou a suspensão da sua utilização.

Com os plásticos de proteção dos elementos que o formam a desfazerem-se por ação das intempéries, o local começa a identificar-se com uma zona abandonada em vias de despovoamento definitivo.

É provável que a competência da autorização do funcionamento do pequeno parque não caiba à administração autárquica local, quiçá mesmo à concelhia, porque, tratando-se de uma situação de saúde pública estará dependente das autoridades que a tutelam e das determinações legais aplicáveis.

Esta não será a época adequada para a abertura e utilização pelas crianças do espaço que lhe foi aberto, contudo, aproximando-se a primavera, e no caso de o ambiente melhorar em função do tempo normal desta estação, não seria de todo inconveniente conceder às crianças o privilégio de desfrutarem de um local livre de contaminação viral, agradável de desfrutar e resguardado do movimento quotidiano da freguesia.

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