É mais uma acusação a juntar a tantas outras, como é o caso da obrigatoriedade da devolução de subsídios que foram atribuídos aos ENVC pela União Europeia, caso a empresa não fosse extinta, afirmação que a deputada europeia, Ana Gomes, sempre considerou uma falácia, já que tais subsídios tinham perfeito enquadramento no âmbito dos apoios dados por aquela entidade à construção naval.
Agora, é João Pedro Martins (JPM), o Gestor nomeado para proceder à extinção da Empordef (holding do Estado que gere as empresas da Defesa, onde se enquadravam os ENVC) que, perante a comissão parlamentar da Defesa Nacional, vem acusar alguém (mas esse alguém só podiam ser as últimas administrações dos ENVC, de modo próprio ou por indicação da tutela) de duplicar os subsídios recebidos pela empresa (de 424 milhões de euros para 751 milhões), tendo em vista criar mais um argumento de peso para a sua extinção.
O mesmo diz ainda que quando assumiu funções em 2017, ao constatar irregularidades, solicitou à Inspeção-Geral das Finanças uma “auditoria forense”, mas esta entidade terá recusado, alegando falta de meios.
J. Pedro Martins denuncia também a adulteração das contas da Empordef, já que esta entidade não se encontra em estado de falência como se argumenta e tem as contas em dia, tanto que até rejeitou 12 milhões de euros do orçamento do estado por desnecessários.
Entretanto, deputados do PCP e do Bloco de Esquerda consideraram que houve um “crime político”, já que a adulteração das contas foi feita para mais facilmente privatizar os ENVC. E.