Amar e Rir na Estalagem do Teatro do Noroeste

A comédia A Estalajadeira, de Carlo Goldoni, com encenação de Ricardo Simões, sobe à cena no Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo, amanhã, dia 14, às 21h30. Estará em cena de 14 a 22 de dezembro, de quarta a sexta às 21h30 e aos sábados às 16h00 e às 21h30.

Ontem à tarde, na Sala Principal, decorreu um Ensaio de Imprensa. A AURORA DO LIMA assistiu a parte de uma peça com cerca de 2h15 de duração, mas que pretende o espetador, e cujo cenário, que ocupa uma pequena parte da plateia (junto ao palco), se altera no decorrer do espetáculo, desde o espaço exterior ao interior, desde as personagens que, de início, aparecem na atualidade e, com o decorrer da peça, “recuam” para outras épocas. A única exceção é para a protagonista (era incomum colocar a mulher neste papel, referiu-nos o encenador), papel desempenhado por Elisabete Pinto, que é intemporal.

Com tradução de Jorge Silva Melo e dramaturgia de Alexandra Moreira da Silva, Ricardo Simões, o encenador e diretor artístico da companhia vianense, propõe uma metaforização da escala social que tanto pode ser a do século XVIII italiano, como a da atualidade portuguesa, através de um espaço cénico imersivo que transforma o público em cúmplice das peripécias do enredo goldoniano, numa comédia que tem tanto de paródia como de surpreendente. Ao contrário do habitual, o público não é mero espetador, mas faz também parte da peça, como nos observou Ricardo Simões.

Estreada em 1752, em Veneza, A Estalajadeira é a obra mais representada de Carlo Goldoni. Mirandolina, a dona da estalagem, é um dos mais importantes papeis femininos do teatro contemporâneo, talvez porque uma das questões que a peça suscita é: como pode uma mulher solteira trabalhar num mundo de homens em que todos a querem seduzir?

A peça está a ser ensaiada deste 16 de outubro e, nela, aparece uma Mirondolina num papel que, na altura, escandalizou a sociedade, dado quer, nele, assumia um papel de mulher independente, empresária e que seduzia os homens. Ainda hoje, um papel que ainda não é totalmente aceite por muitos homens.

A interpretação é dos atores Adriel Filipe, Alexandre Calçada, Alexandre Martins, Ana Perfeito, Elisabete Pinto, Hugo Rendas, Pedro Fiúza, Sofia Bernardo e Tiago Fernandes. A cenografia e a iluminação são de Antonio Simón, a sonoplastia de José Prata e os figurinos de Juliana Vilaça (investigadora MeDeIn – ESTG/IPVC), naquela que é já a 137ª criação do Teatro do Noroeste – CDV.

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