Ana Mesquita, João Gil e Mia Couto são artistas convidados da XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira que está de regresso de 16 de julho a 31 de dezembro à ‘Vila das Artes’. O projeto artístico “Viagem pelo Esquecimento” vai convidar o público a viajar pelas mais delicadas facetas da História, a partir da videoarte, da música e da poesia.
Num encontro entre três diferentes formas de arte – videoarte de Ana Mesquita, a música de João Gil e a poesia de Mia Couto – a obra “Viagem Pelo Esquecimento” percorre os passos daquela que foi a nossa pegada humana.
Trata-se de um filme tríptico, dividido em 12 temas, que convida o público a viajar pelas mais delicadas facetas da História, num constante apelo à memória do que fomos enquanto Humanidade, em relação às mulheres, aos escravos, aos antepassados, aos migrantes, ao Planeta, às Cidades, à Vida e ao Amor.
O projeto conta com banda sonora de João Gil e arranjos de Luís Figueiredo, 12 poemas inéditos de Mia Couto – ditos por vozes como a dos músicos Maria Bethânia, Manuela Azevedo, Carlão e João Gil, dos atores Diogo Infante e Natália Luiza e do radialista Fernando Alves, às quais se juntam Ana Mesquita e João Gil –, e a videoarte de fotógrafos e cineastas como Ana Mesquita, Isabel Nolasco, Maria João Rodrigues, Mariana Teixeira, António Proença de Carvalho, Henrique Blanc, Pedro Senna Nunes, Sebastião Albuquerque e Vasco Pinhol.
Para a diretora artística do evento, Helena Mendes Pereira, “é uma grande honra poder contar no programa expositivo com uma instalação da autoria de três grandes nomes da cultura contemporânea portuguesa, com uma obra que tão bem reflete o tema desta edição”.
“O resultado destes 12 vídeos é um trabalho documental que se traduz num registo artístico. Algo entre o documentário e a ficção. Todos os vídeos apelam à consciência de quem fomos e convidam a uma postura ecológica, representando a História do Homem de um modo poético e apaixonado e navegando depois nessa espécie de amnésia em que a mente mergulha face ao estímulo multissensorial da instalação”, descreve Ana Mesquita.
Com uma duração de cerca de 70 minutos, a obra é projetada em três ecrãs que competem entre si pela atenção do público, numa relação intensificada por múltiplos estímulos, obrigando-o a decidir-se, instantaneamente, por que caminho seguir.
“É na ambiguidade das escolhas, e das emoções que elas criam que o espectador se deixa capturar por todo o movimento em redor. E o ideal é que, efetivamente, se deixe levar, embalado por cada acorde, cada nova voz, cada imagem do poema e cada frame do vídeo”, acrescenta a autora.
De recordar que a Bienal Internacional de Arte de Cerveira assinala os seus 44 anos sob o tema “WE MUST TAKE ACTION / DEVEMOS AGIR”. O evento integra a candidatura “Fundação Bienal de Arte de Cerveira: a Arte Contemporânea integrada na sociedade e no mundo” (2020 – 2021 – Apoio Sustentado – Artes Visuais), que conta com o apoio da República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes.