Aníbal Alves (1941-2022): Faleceu o metalúrgico escritor

Não tinha formação académica, mas escreveu mais de uma dúzia de livros e há livros escritos para publicar, agora sob a responsabilidade da família. Pode dizer-se que faleceu como provavelmente gostaria, a escrever. Daniela Novo, sua nora, disse-nos que será respeitada a sua vontade e que brevemente sairão dois livros sobre acontecimentos históricos e um sobre quadras populares.

Em 2009, aquando da apresentação de mais um dos seus livros, em Vila de Punhe, com o título “Josué – O cruel conquistador judeu” deu uma entrevista ao nosso jornal, onde nos disse que “era só um metalúrgico reformado que conheceu o mundo a trabalhar na diáspora”. Acrescentou, ainda, “comecei a gostar da escrita já na instrução primária, por ter tido nas Oficinas de S. José, uma boa professora, a D. Laura Augusta Lopes. Depois, também aproveitei bem o Curso Industrial na Escola Alfredo da Silva, na CUF do Barreiro, onde me especializei. 

Nesta longa conversa que teve connosco, Aníbal Alves “passou a sua vida a pente fino”, deixando bem patente o quanto gostava de escrever. Deparava com sentidas dificuldades na edição dos seus livros, afirmando que “por saber que estou num país onde as editoras só facilitam edições a protagonistas de escândalos públicos; a políticos, mesmo que não saibam o que escrever, e claro, aos consagrados, estou agora decidido a arranjar quem os queira editar”. E na Bubok Portugal a sua editora regular. 

Partiu um escritor que amava a controvérsia, mas que sabia cultivar a amizade. Sentidas condolências à família. 

                      GFM

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