Associação Cultural e Recreativa promove caminhada

As caminhadas são vistas como uma prática aliada à manutenção física e hábitos saudáveis. Se a estes condimentos juntarmos outros que a tornem mais brincalhona e comunicativa teremos, então, a receita perfeita para a passagem de bons momentos, onde é possível a desinibição que permite a diversão com alegria e uma intercomunicação responsável, mas despreocupada. A junção destes motivos criou um espírito que leva a ACRVF (Associação Cultural e Recreativa de Vila Franca) a organizar em novembro, a seguir ao Halloween, uma caminhada noturna, este ano, a 7.ª edição, ocorrida no passado dia 09.
As coisas importantes nascem, por vezes, de simples brincadeiras e, no que diz respeito à caminhada noturna da ACRVF, segundo Nuno Dias, um dos grandes responsáveis por esta iniciativa, foi isso mesmo o que aconteceu. Foi numa brincadeira de café, que um grupo de amigos lançou a ideia de, para a cowboyada (sic), fazer uma caminhada que designaram como “rali das tascas”.

Tascas que não eram nem foram tascas, mas sim casas particulares de alguns que se disponibilizaram para, ao longo do trilho, oferecer uma bebida quente e reconfortante aos participantes. Pelo meio surgiu um brincalhão que, sendo conhecedor do percurso, se lembrou de se envolver num lençol branco e brincar um pouco com os caminhantes.
A moda pegou e hoje são vários os pontos da caminhada noturna da ACRVF com surpresas do género. Porém, como não há bela sem senão, o resultado começou a não ser muito satisfatório já que as casas (tascas) começaram a aprimorar as ofertas, as chegadas passaram a ser mais tardias, alguns até nem chegavam, e as dificuldades de controlo começaram a ser imensas. No entanto, partindo desta experiência, foram-se corrigindo algumas situações e, mesmo havendo sempre qualquer coisa para melhorar, a caminhada noturna da ACRVF é, nos dias de hoje, uma grande realização para a qual todos os envolvidos se sentem motivados. A envergadura do evento obriga a organização, a socorrer-se de algumas estruturas e da boa vontade de algumas pessoas, unidas através do chamado “grupo de voluntários misteriosos”, para que tudo corra pelo melhor e, se possível, nada faltar.

Com a aproximação da data marcada para a concretização da 7.ª Caminhada Noturna, importa escolher o percurso, não muito sinuoso, de maneira a salvaguardar os caminheiros do perigo e, ao mesmo tempo, a dispor de algumas condições para instalação dos chamados “postos surpresa”. Não pretendendo dar hipótese às fugas de informação, Nuno Dias chamou a si essa responsabilidade o que o obrigou, igualmente, a chamar a si a limpeza das zonas mais densas e condicionadas das vias por onde se faria a caminhada.
À hora assinalada, foi dada a partida do primeiro grupo, ao som de foguetes que ajudaram, também, a alertar os mais distraídos. Vindos de Vigo (Espanha), de quatro concelhos do distrito de Braga e quatro do de Viana do Castelo. Foram 871 os corajosos que, desprendendo quatro fantasmas, se fizeram a esta salutar façanha. Integrados em grupos que não podiam ser inferiores a oito e superiores a 15 pessoas, vestidos e calçados de acordo com as necessidades do trajeto, munidos de lanternas de baixo alcance e uma pulseira florescente, que os identificava nos vários pontos de controlo e orientados por fitas identificativas e marcações no solo, fizeram-se às estradas e caminhos de Vila Franca, para calcorrear os cerca de 4500 metros de distância.

Durante essa trajetória, em sítios estrategicamente escolhidos, encontravam-se 12 pontos onde mais de 80 figurantes, muitos deles com tarefas bastante espinhosas, animavam o ambiente, prendando os caminheiros com algumas excitantes surpresas. De animais fora do seu habitat natural, como “crocodilos” e “gorilas”, a velórios, ou singulares postos de assistência, circos improvisados, passando por estendais de roupa, e “guias” a indicar o melhor caminho, que obrigava a passar por um cemitério, tudo serviu para animar.
Foram quatro horas de boa disposição. No final, ao som da boa música e ao sabor dos mais de 200 kg de castanhas e 100 litros de champarreão, iam-se entabulando conversas, alegres cavaqueiras, entre os participantes e os figurantes, o que deu para perceber até que ponto foi bem sucedida esta 7.ª Caminhada Noturna da ACRVF.

Todos imaginamos o muito trabalho que este tipo de iniciativas implica. Sabe-se que não é fácil conseguir pessoas para figurar nos postos surpresa e sabe-se, também, quanta persistência é necessária para ultrapassar situações que, às vezes levadas pelo sentimento, obstaculizam o sucesso deste tipo de iniciativas. Todavia, também sabemos que ver elogiado o trabalho feito, sentir a satisfação e o sentimento do dever cumprido, é um bálsamo que tudo retempera e faz dizer, bem alto. Para o ano há mais; para o ano cá estaremos.

Concluída a caminhada e verificado mais um grande êxito, estão de parabéns, a Associação Cultural e Recreativa de Vila Franca; o pelouro do Desporto; os Amigos do Desporto; as mais de 30 pessoas envolvidas na organização; os incríveis figurantes e todas as organizações colaboradoras. Por fim, e não é por acaso que é citado em último, Nuno Dias, o principal rosto desta grande iniciativa.

A todos os envolvidos, mas de uma forma muito particular, à Associação Cultural e Recreativa de Vila Franca e ao José António Nogueira, que registou fotograficamente os momentos mais marcantes desta caminhada, o nosso muito obrigado pela cedência das fotografias.

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