Mais de um par de horas havia passado desde o fecho das urnas, quando, apurados os resultados das mesas dispostas, se percebeu e confirmou o desenlace ditado pelo povo votante. Expectável, previsível ou agradável para uns, inesperada, inimaginável ou triste para outros, certo é que a vitória assentou à CDU e a Augusto Silva, que, juntando à liderança exercida desde as Intercalares de 2018, tem agora mais quatro anos de presidência pela frente.
O pós-triunfo fez-se, já, de palavras escritas e difundidas pelo, agora, reconduzido Presidente de Junta. Falando em causa própria e em nome dos candidatos da CDU, agradeceu o “voto de confiança depositado nos projetos autárquicos” apresentados à Assembleia de Freguesia, Câmara e Assembleia Municipal. Afirmou o “orgulho darquense” e o “grande espírito de missão” com que enfrentará os próximos anos de executivo, reconhecendo estar “ladeado por gente séria, gente honesta e competente”. Prometendo tudo fazer “para que o progresso, a coesão social e territorial, a dinamização cultural, desportiva e recreativa sejam uma realidade” na vila, Augusto Silva pareceu não deixar de apelar à união, ao declarar: “continuamos a afirmar que trabalhamos com todos e para todos, pelo que manteremos o diálogo com todas as forças vivas da Freguesia, para que dentro da sua disponibilidade e vontade colaborem com o futuro Executivo em prol do melhor para Darque”.
Em dia de Eleições, dos 3555 votantes, 1506 (42,36%) decidiram manter o ‘estado de coisas’ vigente desde 2018. Foram 556 votos a mais relativamente às Autárquicas de 2017, para os comunistas. Em sentido oposto, Partido Socialista e a coligação constituída por PPD/PSD.CDS/PP. Se 37,64 % (1273) dos eleitores haviam votado na equipa socialista de 2017, 32,71% (1163) preservaram a confiança nos elementos agora comandados por Joaquim Perre. Por fim, nota para os 18,20 % de votantes que manifestaram apoio à causa que uniu PSD e CDS. 647 darquenses determinaram que Fernando Coelho, líder da aliança política, seria a escolha ideal. Há quatro anos, e concorrendo em separado, PSD e CDS haviam arrecadado, respetivamente, 758 votos (22,41%) e 215 votos (6,36%).
Assembleia de Freguesia de 20 de setembro
Celebrada a escassos dias das Eleições Autárquicas de 26 de setembro, a última Assembleia de Freguesia da Junta de Darque viu-se marcada, em larga escala, pelo consenso. Através de alguns dos respetivos eleitos, fizeram-se representar CDU, PS e PSD.
Ainda antes da discussão dos temas da “Ordem do Dia” e das intervenções populares, sugeriram-se Votos de Louvor a dois atletas que, de uma forma ou de outra, vão elevando o nome da freguesia: Antoine Launay e Sérgio Maciel. Promovidos por proposta dos eleitos da CDU, os ditos votos acabaram aprovados por unanimidade.
Para Antoine, desportista do Darque Kayak Clube, ditaram-se louvores “pela sua brilhante prestação nos Jogos Olímpicos de 2020 realizados em Tóquio, no passado mês de julho”. Escreveram os eleitos da CDU, que “o canoísta Antoine Launay terminou num honroso 11.º lugar, a um lugar apenas de entrar na final”, enaltecendo que “estes resultados testemunham o trabalho e o esforço do atleta que tanto nos enche de orgulho”. Quanto a Sérgio Maciel, atleta do Viana Garças Clube, elogios “pelo 1.º lugar do pódio na prova de C1 Masculinos de Sub-23, no Europeu de Maratonas que decorreu em Moscovo, no passado mês de julho”. Para os representantes da CDU, “estes resultados são fruto do trabalho e dedicação do atleta e não poderíamos estar mais orgulhosos”.
Abriu-se, logo depois, espaço para a manifestação popular. Apenas um dos integrantes do público tomou a palavra, aproveitando para reforçar dúvidas acerca de questão, anterior e presumivelmente, já discutida com o executivo atual. Em causa, o preenchimento do terreno situado entre a Cidade Nova e a Zona de Atividades Económicas, esclareceu o Presidente de Junta, Augusto Silva, que deverá, segundo o mesmo, acolher a instalação de um novo Hipermercado. Essa será, ao que tudo indica, a intenção estabelecida, que já terá merecido, inclusivamente, autorização da Câmara Municipal de Viana do Castelo.
Na ótica do líder do executivo da Junta, tendo em conta a existência de outros terrenos talhados para a acomodação de áreas comerciais, deveriam, naquela zona, prevalecer alternativas, privilegiando-se, idealmente, aquele espaço para o surgimento de equipamentos de ordem recreativa e desportiva ou mesmo para o acolhimento de habitações semelhantes às existentes do outro lado da Estrada Nacional. No depoimento, Augusto Silva não teve pejo em afirmar que a instalação, ali, de um novo polo comercial acabará por “aniquilar” o tecido comercial tradicional situado na área.
Para a parte final da reunião estavam guardados os momentos da “ordem do dia”. Começou por avaliar-se a ata da assembleia anterior, que recebeu dois votos favoráveis e uma abstenção dos elementos que também haviam estado presentes na sessão de 25 de junho. Quanto ao Relatório Trimestral que resume o trabalho do executivo, não se fizeram abordagens ou comentários, em virtude do contexto eleitoral vivido. No tempo concedido, o Presidente da Junta optou por agradecer, “em nome dos darquenses”, a todos os voluntários que, nas mais diversas atividades e iniciativas promovidas pela Junta de Freguesia, ao longo dos últimos anos, foram conferindo apoio.
A fechar, nova aprovação por unanimidade, desta feita da ata correspondente à sessão de Assembleia que finalizara, tendo sido por lá produzida e lida para os presentes. Todos os elementos, de todas as forças políticas deram o seu voto favorável.