Bártolo Faria na galeria da Misericórdia

Confessa não ter pressa, nem ambições excessivas. Gosta da pintura e o que lhe dá mais prazer é sentir o pincel nas mãos a espalhar a tinta na tela, num processo construtivo em que diz procurar o entrelaçamento das figuras humana e animal.

“Uma simbiose de modo a procurar o sentido da existência, da perplexidade, do ser como algo que se movimenta, perante o contraste em que as figuras rematam o espaço e se distinguem entre forma e fundo”, escreve nos textos que integram a exposição. Cultiva a humildade e confessa que a sua principal preocupação é a de aprender continuamente, porque qualquer artista, por mais experiência que possua, tem sempre pela frente um longo caminho de aprendizagem.

Tem um mestrado em arquitetura, mas é a pintura que mais o atrai. Tem participado em exposições coletivas e algumas individuais, como é o caso da presente, patente na Galeria da SCMV, que se prolonga até 28 do corrente mês. Compôs capas para diversos livros e relaciona-se com o mundo da arte até onde lhe é possível, tendo a preocupação de que cada mostra que apresenta represente uma evolução em relação às que para trás vão ficando.

Com humildade, aprecia as opiniões de quem observa a sua arte e tem a preocupação de fazer debate com terceiros em relação à sua obra. As cores dos seus quadros ora contrastam-se, ora combinam-se. Por vezes multiplicam-se, mas a economia prevalece.

Predominantemente, o vermelho, o azul e o amarelo fazem combinações com graça e vida, de onde podem ou não emergir figuras várias. Como disse o poeta espanhol António Machado, na sua visão modernista, o caminho faz-se caminhando.

E o Bártolo já iniciou o seu. Vale a pena visitá-lo. Está lá até ao dia 28.
GFM

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