Bois da Páscoa

A pureza é um adjetivo muito procurado nesta quadra pascal, o que é ótimo, ainda que muito difícil de ser alcançada, tais são os escolhos. Moradias, espaços, caminhos, ruas, corpo, alma, tudo busca mais limpeza, maior satisfação, melhor imagem e, sobretudo, um bem-estar pessoal num estado de alma renovada.

É tempo pascal, tempo de passagem das trevas para a luz, da sujidade para a limpeza, num sentido polissémico, em que o esmero de todos quantos esperam a visita do compasso, se traduz em criar condições para uma receção condigna. Porém, também se preocupam em melhor tratarem o seu corpo, recorrendo à carne em abundância, num simbolismo de despedida da carência e frugalidade quaresmal, que muitos outros terão vivido, em ajuda na busca de melhor pureza de espírito, para a passagem a uma vida nova, em comunhão com o Cristo Ressuscitado em que acreditam.

Pois o Talho Impala, do Paulo Coelho e Andrea Matos, tal como a generalidade dos talhos desta região, associam-se a estas compreensíveis derrapagens para a gula e abatem reses das melhores procedências, nutridas nos verdejantes prados da Beira-Lima e veigas de Perre, com o tempero de oportuna silagem da zona. E se bem o fazem, no caso do Talho Impala melhor se demonstra, com a exibição de cinco belos exemplares a abater nesta quadra, facto que aconteceu no pretérito domingo, mantendo viva uma tradição que vem da primeira metade do século passado.

Ali acorreram clientes habituais e potenciais, amigos e curiosos, para apreciarem os ditos e conviverem em agradável ambiente, saboreando um verde de honra, escudado nas iguarias tradicionais, sob o ribombar dos Bombos Voluntários da Associação Cultural e Desportiva de Santa Marta. Saliente-se que o melhor animal exibido para abate foi criado em Perre, tem a idade de trinta meses, pesa 432 kg e foi criado por três mulheres da família Duro.
Parabéns ao Impala e votos de boa campanha para si e seus congéneres.

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