Não foi em razão das recentes greves dos combustíveis que a curiosa estrutura da antiga bomba de gasolina existente no lado ocidental do largo Capitão Gaspar de Castro, em Lanheses, menos ainda por qualquer ato de macabro terrorismo, que de um momento para o outro ficou reduzida a um fragmentado monte de detritos de cal e cimento, “feita em cacos”, para recorrer a uma expressão de frequente uso prático.
Até que enfim, será, provavelmente, a exclamação ou desabafo mais ouvido de quem visita o espaço e depara com a pala de boné de sol, que tanto abrigava as viaturas no abastecimento um vulgar cidadão apanhado por inesperada bátega de chuva, ainda inteira, a cobrir um monte de dos resquícios de uma “implosão” artificial.
Não, o esperado, e ansiado, desmantelamento do antigo posto de abastecimento de combustíveis é o resultado da ação de um catrapiler manejado com profissionalismo pelo maquinista Cesário, o qual é localmente também conhecido e responde pela alcunha “Preto”, sabe-se lá porquê sendo ele tostado de pele, sim, mas branco de nascença.
O posto de abastecimento do largo da Feira estava há muito desativado.
Entre a construção em 1957 e o desmantelamento pelas 12 horas de 16 de agosto de 2019, a bomba de gasolina “viveu” 62 anos, sendo que, perto de 20, na situação de (incómoda, para a população de freguesia) “aposentadoria”.
Ah, mas a estória está para durar, que o povo é um alfobre rico de ideias, e em arquitetura urbana , “não há pai nem engenheiro”, que se lhe iguale.
Não será, assim, por carência de sugestões e palpites, isso mesmo, alvitres que o local não virá a ser a oitava maravilha do nosso bem estimado e lindo rincão natal, mas que nos livre Santa Eulália, padroeira de Lanheses, de que haja alguém que sonhe ali erguer um monumento ao projetista ou a quem autorizou a última requalificação do centro cívico da Freguesia. Se fosse uma réplica do Caramuru e da Catarina…
Quiçá, um parque de estacionamento, quem sabe…
Trás! -Toma!
-Ai, está doeu. Puxa, já nem uma “boca” é permitida?