Caminha cria “Incubadora Verde”

A obra de reconversão da antiga escola primária de Argela numa Incubadora Verde para o concelho entrou na fase final. Com os trabalhos quase concluídos, os empreendedores que vierem a utilizar o espaço contam, desde já, também com apoio de caráter científico para os seus projetos, já que a Câmara firmou um protocolo com o Instituto Politécnico de Viana do Castelo – IPVC. Na última semana realizou-se uma visita de trabalho ao equipamento, acompanhada pelos responsáveis do Instituto.

Em setembro de 2020, a Câmara Municipal de Caminha viu aprovada mais uma candidatura – designada de “Incubadora Verde, para apoio ao empreendedorismo rural e sustentável – Escola Primária de Argela”, cujo objetivo é a criação de uma Incubadora Verde que contribuirá para a promoção do microempreendedorismo e empreendedorismo social. A obra avançou e em breve o espaço poderá começar a ser utilizado.

A Câmara assegurou entretanto, fazendo aprovar na sua última reunião, por maioria, a proposta do presidente, Miguel Alves, para a celebração de um protocolo com o IPVC, tendo em conta a criação do projeto NUTRIR – Núcleo Tecnológico para a Sustentabilidade Agroalimentar, que pretende ser um Centro de Investigação no contexto do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, que tem como missão a caracterização territorial, avaliação de potencialidades e condicionalismos das principais atividades agrícolas da região e a produção animal numa perspetiva de investigação, desenvolvimento e qualificação para suporte à inovação empresarial, dinamização económica e promoção da sustentabilidade territorial.

Recorde-se que A Incubadora Verde foi criada para apoio ao empreendedorismo rural e sustentável tem como objetivos: a criação de um viveiro de empresas ligadas ao sector primário, à valorização dos produtos locais e à recuperação do património natural, da cultura e dos saberes tradicionais; identificar no concelho de Caminha os produtos que poderão ser produzidos com excelente qualidade em modo biológico; promover o investimento no setor primário, na sua valorização, aproveitando áreas desertificadas e disponíveis; apoiar o investidor, no âmbito empresarial, através de um conjunto de empresas, permitindo contacto direto com um Técnico Oficial de Contas, Design Gráfico, Arquitetos Paisagistas, entre outros, de modo a definir com qualidade o seu projeto e a sua implementação e a criação de um selo de qualidade da região, de modo a identificar a origem e qualidade dos produtos. Pretende ainda a formação nos investidores e produtores em diversos domínios do setor primário, valorizando a agricultura biológica; incentivar o empreendedorismo nos jovens locais e a internacionalização dos produtos.

Agora, o espaço onde as crianças de Argela aprenderam a ler e a escrever tem condições para continuar a ser um centro para o conhecimento e desenvolvimento, e não apenas físicas. O protocolo, cujo âmbito é a valorização dos recursos endógenos/naturais do Município através de fundamentação científica, para posterior transferência do conhecimento para os agentes económicos locais, foca-se na valorização de recursos endógenos da costa litoral norte: o potencial do funcho-do-mar e o potencial da camarinha como ingrediente funcional na dieta da truta salmonada, assim como sobre a valorização dos recursos florísticos da Serra d’ Arga.

O novo equipamento resulta, como referimos, da candidatura com sucesso ao Programa Operacional Regional do Norte. O investimento ronda os 200 mil euros, sendo a comparticipação comunitária de 85% e os restantes 15% suportados pelo Município de Caminha. A Incubadora tem condições para trabalho no interior do edifício, mas também no exterior, que será valorizado enquanto espaço de trabalho e de convívio.

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