Cantares ao Desafio “preparam-se” para Património da Humanidade

Viana do Castelo recebeu, nos dias 20 e 21, o primeiro Encontro de Cantadores ao Desafio e Repentistas Portugueses. Uma organização do vianense Augusto Canário, ele próprio um repentista, e da VianaFestas, que trouxe mais de uma centena de colegas da arte, de todo o país, e que encheu o Teatro Sá de Miranda nos vários espetáculos que proporcionou. A exceção aconteceu, apenas, no domingo de manhã, mesmo assim bem composto. O mesmo verificou-se com os espetáculos-extra na Casa do Povo de Vila Nova de Anha.

Além de portugueses, marcaram também presença poetas repentistas do Ceará (Brasil) e cantadores regueifeiros (Galiza). Referência, ainda, para o facto das comunicações, das jornadas de sábado à tarde, serem publicadas em breve. Nesse sentido, Canário considera que o evento foi o pontapé de saída para um movimento nacional de cantares ao desafio e repentistas, inclusive na recuperação de formas que estavam a ficar esquecidas, e “passos muito fortes” foram dados para uma candidatura, de caráter nacional, a Património Imaterial da UNESCO.

Quanto ao ritmo com que os intervenientes apareciam em palco, que alguns consideraram monocórdico, sugerindo, até, que cantadores surgissem a partir da plateia, Canário atribui essa crítica ao desconhecimento do que são os cantares ao desafio. Nesse sentido, lembra que este pressupõe uma “contenda” no mesmo local, em situação de igualdade, entre dois ou mais pessoas que discutem verbalmente um determinado assunto. Considera mesmo que existiu uma “diversidade brutal” no Encontro, quer pelas sonoriades que “não são mocórdicas” e pelas formas de interpretar os cantares ao desafio no continente português e nas ilhas. Deu conta, ainda, da satisfação manifestada pela vereadora da Cultura de Viana do Castelo e de autarcas de outras regiões que marcaram presença.

Fotos: JocaFotógrafo

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