Carta ao Diretor

Na última edição de o A Aurora do Lima, duas pequenas notícias chamaram-me a atenção por serem assuntos aos quais tenho dedicado algum tempo, quer sensibilizando os infratores, quer apelando às autoridades competentes, em vão, – GAIVOTAS E CICLISTAS. À primeira vista, parece não terem nada em comum, mas não é bem assim, ambos ATACAM.

Alimentar as gaivotas, assim como outros animais, em espaço público, é proibido por lei, mas essa norma não é cumprida. Já em setembro de 2014 escrevi, com envio de fotografias, um alerta sobre o que se passava, e passa, bem em frente à minha varanda. A mensagem eletrónica enviada à Junta de Freguesia foi reencaminhada para os SMSMVC e para a Delegação de Saúde, sem nenhum resultado visível. Começou-se por alimentar os gatos, que se multiplicaram, com latas e latinhas no passeio público, a que seguiram as pombas, “coitadinhas, também têm fome”, a que se juntaram as gaivotas. Um verdadeiro horário de distribuição de alimentos foi criado – gatos, pombas e gaivotas… As gaivotas começaram a nidificar no telhado em frente. Todos os anos, lá estão as crias, o esvoaçar dos pais rente às pessoas, os dejetos, o barulho de madrugada… (As deste ano estão de boa saúde, descansem!). Nada a fazer! A única alteração é um maior cuidado com o horário das refeições, que, atualmente, inclui incursões de cócoras por baixo dos carros, de manhã bem cedo, à procura dos gatinhos que ainda dormem…

Com os CICLISTAS é o mesmo – atacam nas passadeiras, nas ruas pedonais e nos passeios. Não é aconselhável andar despreocupado nas ruas da Bandeira, Manuel Espregueira ou nos passeios da Avenida dos Combatentes, só para dar alguns exemplos; ousem descer a rua Abel Viana, um domingo de manhã, pelo lado direito e NÃO PAREM, ESCUTEM E OLHEM, na esquina, antes de virar à direita, e são cilindrados por um “bando” de ciclistas… Siga cosidinho à parede, muito direitinho e sem se desviar uns centímetros sem olhar para todos os lados. Há dias, na Avenida dos Combatentes, três rapazes dos seus 14 ou 15 anos, passaram rente a mim, no passeio. Como pararam mais à frente, expliquei-lhes que o Código da Estrada só permite aos menores de 10 anos circular nos passeios, pelo que estavam a cometer uma infração. Resposta pronta: Nós somos menores, não podemos ser responsabilizados. Também temos o ciclista anafado que, na Rua da Bandeira, quando interpelado, tem como resposta de uma delicadeza proporcional ao seu volume: És gorda! Não cabes! Também temos o excêntrico que ocupa todo o espaço dos peões e nem olha, os/as chics, com muito style e cestinha, que também não conhecem as regras, e os bandos familiares, muito bem equipados, numa saída pedagógica para ensinar as “crias” que as leis não são para serem cumpridas – tudo no passeio, tudo a incomodar.

O que se pode fazer? Talvez procurar que a lei seja cumprida. Só com sensibilização já não se vai a lado nenhum. E, acima de tudo, muita sorte!
P.S. Esta carta nada tem contra os ciclistas que cumprem o código da estrada, e, sem dúvida, são a maioria, mas, infelizmente, a minoria causa muitos estragos.

Isabel Maria Campos (Viana do Castelo)

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