As obras da Casa do Povo estão já a merecer o título de “Obras de Santa Engrácia”, em comparação com o templo de Lisboa, que levou séculos a concluir.
Começadas há mais de seis meses, visam a retirada do “espigueiro”. Este foi colocado sobre a estrutura, aquando da onda “esquerdista”, que passou por Barroselas, do tempo do Estado Novo e que colocou igual elemento na Casa do Povo de Freixo e Mazarefes.
Essa demolição era mais do que necessária, porque o pavimento do 1.º andar já apresentava um rebaixamento, tornando o salão impraticável para espetáculos de teatro ou simples reuniões. Depois da retirada do 1.º andar, a obra parou e nem o telhado ficou concluído, pois mantém-se a telha encastelada em montículos, no alto do edifício.
Tudo isto vem dar razão aos que contestavam a construção da Casa do Povo nos terenos do logradouro da capela de S. Sebastião, pois tem nos alicerces as 14 cruzes do Calvário da freguesia.
Recorde-se que a Casa do Povo mereceu desde o início, em 1936, a contestação do povo de Barroselas, que subiu de tom quando os agricultores, donos de terras ou simples rendeiros, foram obrigados a pagar uma cota, sendo certo que os mais pobres passaram a ter assistência médica gratuita, pelo Dr. José Garção Gomes. Mesmo assim, sempre houve contestação, quando o pároco de então disse, numa homilia, que “A Casa do Povo vai ser como um canal a despejar dinheiro em Capareiros”. Mas os populares retorquiram: “será um canal para sugar dinheiro de Capareiros”.
Quando foi extinta a Junta Central das Casas do Povo, um grupo de sócios deliberou, por unanimidade, extinguir a Casa do Povo e doar o edifício à Junta de Freguesia. O ato foi confirmado por escritura pública lavrada num Cartório de Viana. Por isso, é a Junta de Freguesia que tem de fazer as necessárias diligências para resolver esta situação, que continua a ser notícia, se não de polémica.