Este ano não só aqui em Carreço, mas em todo o mundo a Semana Santa celebrou-se em ambiente restritamente familiar derivado ao surto pandémico da Covid-19. Foi devido a esse vírus que nos vimos envolvidos em grandes planos defensivos para a nossa saúde, todas essas medidas foram tomadas de acordo com o estado de emergência em que vivemos presentemente, no mínimo até amanhã, dia 17 abril, mas, aguarda-se a sua continuidade até ao fim de abril.
Sendo assim as famílias vão celebrar e vivenciar este ano a sua Páscoa em ambientes de igrejas domésticas, isto é, em ambientes de família, a restrita igreja familiar. Como marca evocativa desta Páscoa, vemos nestes dias do nosso confinamento, no exterior de casas de Carreço a exposição da cruz, cada uma imaginada com a mais diversa inspiração, mas todas elas recordando a morte e Ressurreição de Cristo.
Não temos memória de acontecer idêntico facto na nossa Freguesia, porque na Páscoa Carreço com o seu tradicional compasso, todos os anos percorreu os quatro lugares da Freguesia, Troviscoso e Carreço no Domingo, Montedor e Paçô na segunda-feira de Páscoa.
No entanto consta da História que houve um ano em que a Páscoa em Carreço foi adiada, assim: “Em 1928 foi tanto o inverno que a cruz não saiu no Domingo nem na segunda-feira de Páscoa, saindo depois no Domingo de Pascoela.”
Este é um registo quase centenário, onde a invernia adiou a Páscoa em Carreço por oito dias, nada comparado com a situação da atualidade, em que a cuja foi interdita neste ano de 2020 por imperativos de ordem de saúde pública e de acordo com o estado de emergência em vigor.
Nada obsta no entanto, que cada um de nós celebre a efeméride da forma mais adequada que entender, celebrando a Morte e Ressurreição de Cristo, na certeza porém, vai ficar na história de cada um de nós como a Páscoa de todas as nossas Páscoas.