O imóvel da Praia Norte, que ia ser um Lar de Idosos, e que foi adquirido pela Câmara Municipal dará lugar a um centro tecnológico. O anúncio foi feito pelo autarca vianense durante um workshop sobre Economia Azul, e informou que a construção daquele centro arrancará no “início de 2019”.
José Maria Costa referiu que o investimento de 300 mil euros irá ser alvo de uma candidatura à Rede de Port Tech Cluster, lançada pelo Governo. “Viana do Castelo quer-se assumir como cidade atrativa. Queremos desenvolver um centro tecnológico”, anunciava o autarca na sessão de abertura do workshop sobre Economia Azul em Portugal, promovido pela Direção Geral dos Assuntos Marítimos e Pescas da Comissão Europeia. Naquela sessão deveria também ter marcado presença a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, mas não compareceu.
A Rede de Port Tech Cluster foi anunciada em fevereiro, na Indonésia, pela ministra do Mar, durante a quarta edição da World Ocean Summit 2017, conferência sobre os oceanos promovida pela revista The Economist.
No sítio web da Direção-Geral de Política do Mar (DGPM), lê-se que “os Port Tech Clusters são uma rede de plataformas de aceleração tecnológica para as indústrias avançadas do mar, que se distribui nas áreas das energias renováveis oceânicas, ‘green shipping’ (GNL), navios especializados, robótica e engenharia ‘offshore’, ‘green ports’, portos digitais e náutica de recreio”.
“Queremos desenvolver um centro tecnológico associado aos desportos de mar que possa trabalhar nos domínios das novas tecnologias, na melhoria daquilo que são as componentes tecnológicas dos portos e ligados também aos ecossistemas marinhos, mas também à inovação dos portos”, dizia durante a intervenção naquela sessão.
O autarca socialista dava conta da vontade em apostar, cada vez mais, na náutica de recreio. “A aposta dos desportos náuticos nas nossas escolas é já um referencial nacional”.
José Maria Costa quer “Viana do Castelo a assumir-se como espaço de inovação de novos produtos e das novas tecnologias na gestão portuária”, esperando que dos workshops que decorreram durante o dia 28, numa unidade hoteleira vianense, saíssem “boas orientações” para a Economia Azul.
O subdiretor geral da Política do Mar enunciava as três áreas fundamentais definidas pelo Governo para o mar: o desenvolvimento das atividades artesanais; as novas atividades ligadas ao mar, como sejam os portos, e uma nova estratégia de centralidade atlântica em áreas como sejam a proteção do ambiente e a segurança. Jorge Oliveira e Carmo dizia que “este workshop integra-se nas consultas dos interessados relativamente ao plano de ação do Atlântico” e envolve os cinco estados membros por ele abrangido: Portugal, Espanha; França; Reino Unido e Irlanda.
Jorge Oliveira e Carmo não esqueceu ainda os “cinco aspetos fundamentais do Plano de Ação do Atlântico”, que está definido desde 2013 pela Comissão Europeia. A “implementação de uma nova abordagem ecossistémica, a redução da pegada de carbono, a exploração sustentável dos recursos naturais do fundo do mar, a resposta à ameaças e emergências no Oceano Atlântico e a promoção de crescimento de um sistema azul e socialmente inclusivo” são as áreas de aposta.