O Governo certificou que o Caminho Português da Costa para Santiago de Compostela passa por Valença por reconhecer a sua “importância histórica e cultural”. A portaria que certifica este caminho foi assinada pelas secretárias de Estado do Turismo, Rita Marques, e Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira.
José Manuel Carpinteira, Presidente da Câmara Municipal de Valença congratula-se com esta certificação, referindo que “é a consequência de meses de intenso trabalho conjunto do executivo municipal com a entidade de Turismo Porto e Norte de Portugal, na valorização da passagem do Caminho Português de Santiago da Costa por Valença”.
O autarca prossegue afirmando que “a aposta do executivo municipal nos Caminhos de Santiago é uma prioridade clara, como ficou demonstrado com a recente reabertura do Albergue Municipal e com a beneficiação, em curso, dos trajetos, da sinalética e das infraestruturas de apoio, assim como a conceção de uma escultura alusiva ao peregrino”.
Por fim, José Manuel Carpinteira salienta que sendo esta uma vertente turística que traz a Valença cerca de 100.000 peregrinos por ano, é fundamental aumentar a duração da estadia, ambicionando a dinamização da economia local e a projeção de Valença enquanto destino preferencial no seio dos Caminhos de Santiago”.
O Caminho da Costa, que parte do Porto e atravessa Valença, para depois entrar em Espanha, é o terceiro a ser certificado, depois do Caminho Interior, que liga Viseu a Chaves, com saída para Espanha por Vilarelho da Raia, e o Caminho Central Português, que sai da Sé de Lisboa e passa por Tomar, Coimbra até entrar no Porto e seguir depois para a região Norte.
Com uma extensão de 138 quilómetros, o Caminho Português de Santiago – Caminho da Costa liga Porto a Valença e atravessa, ainda, os municípios de Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa do Varzim, Esposende, Viana do Castelo, Caminha e Vila Nova de Cerveira.
A certificação do Caminho da Costa deve-se ao “elevado valor patrimonial dos traçados históricos do Porto e de Viana do Castelo”, à “autenticidade e integridade do itinerário, densidade do património edificado e beleza paisagística da envolvente”justificou o Governo.
“O pedido de certificação tem a concordância dos municípios atravessados e apresenta condições de segurança, transitabilidade, equipamentos de apoio e informação”.
Os Caminhos de Santiago são percorridos por milhões de peregrinos desde o início do século IX, quando foi descoberto o sepulcro do apóstolo Santiago Maior em Santiago de Compostela, capital da Galiza, em Espanha.
O processo de certificação dos itinerários que constituem os Caminhos de Santiago em território nacional foi iniciado em 2019, com o objetivo de “salvaguardar, valorizar e promover” aquela rota milenar.
Foi constituída uma comissão de certificação, composta por quatro membros, com competências técnicas na área da cultura ou do turismo, responsável pela análise das candidaturas e, um conselho consultivo, onde estão representadas as áreas da administração pública central e regional com relevância neste processo, além de representantes da igreja católica e das associações de peregrinos.