A inscrição da Festa das Rosas de Vila Franca, em Viana do Castelo, no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial iniciou no dia 08 de junho a consulta pública, por um período de 30 dias, de acordo com o anúncio publicado em Diário da República, e que a agência Lusa noticiou.
De acordo com o documento da Direção-Geral do Património Cultural, a decisão final sobre o pedido de inventariação da manifestação daquela romaria do concelho de Viana do Castelo será tomada no prazo de 120 dias após a conclusão daquela auscultação.
A Festa das Rosas de Vila Franca, que se realiza há 399 anos na freguesia de Vila Franca, na margem esquerda do rio Lima, em Viana do Castelo, decorre em maio e abre o ciclo festivo no Alto Minho.
A romaria é conhecida pelos cestos floridos, confecionados com milhares de pétalas de flores.
Os cestos, que chegam a pesar mais de 50 quilogramas, são transportados na cabeça por jovens mordomas batizadas em Vila Franca, e que completem 19 anos em maio, numa demonstração de “orgulho e fé”.
O arranque do processo de consulta pública sobre o projeto de decisão de inscrição da Festa das Rosas de Vila Franca no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial surge na sequência do pedido formulado pela Junta de Freguesia de Vila Franca.
Em março, a Câmara de Viana do Castelo aprovou, por unanimidade, emitir parecer positivo, “manifestando a total concordância”, ao registo da Festa das Rosas de Vila Franca, no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI).
O parecer aprovado por proposta da vereadora com o pelouro dos equipamentos culturais, Carlota Borges, “visa a proteção legal de todo o simbolismo e expressão cultural que as festas representam no plano local e nacional”.
“A Direção-Geral do Património Cultural na análise deste pedido identificou a sua conformidade, tendo solicitado à Câmara de Viana do Castelo a emissão de parecer sobre a relevância deste pedido, em função da abrangência territorial da manifestação do património cultural em apreço”, refere a proposta aprovada pela autarquia.
Os cestos floridos das festas começam a ser confecionados dias antes, tarefa que envolve toda a família, os amigos e vizinhos, num verdadeiro espírito de entreajuda.
A mordoma é que escolhe os motivos do cesto florido que vai oferecer a Nossa Senhora do Rosário.
Os temas são mantidos em segredo para serem surpresa até ao dia do cortejo.
A Festa das Rosas é da responsabilidade da Confraria de Nossa Senhora do Rosário, fundada em 1622 por frades dominicanos. Dos seus estatutos consta que as mordomas têm de levar flores a Nossa Senhora nos dias de festa.
Ao longo dos anos a tradição evoluiu, reforçando a qualidade de confeção dos cestos a transportar à cabeça pelas mordomas, nestas procissões.