Comandante dos Bombeiros Voluntários de Viana apresenta a demissão

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo apresentou ontem, dia 06 de abril, demissão do cargo que ocupava há 25 anos por “nunca se ter sido tão maltratado por uma direção” como pela atual.

Em declarações à agência Lusa, Cândido Carvalho refere que “estou nos bombeiros há 45 anos. Como comandante há 25 anos e nunca eu como os meus colegas do comando fomos tão maltratados por uma direção”.

O comandante demissionário explicou que a direção da corporação “reuniu-se com funcionários, bombeiros e até com pessoas que não estavam no ativo, porque tinham sido postos fora da corporação por incumprimento, e fez suposições e acusações contra o comando, cujo trabalho mal conhecia”.”A partir daí, logo nos apercebemos quais eram os seus propósitos, afastar o comando”, assegura.

O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo, José Salgado, disse ter recebido o pedido de demissão do comandante, que será analisado hoje, terça-feira, em reunião da direção.

José Salgado manifestou intenções de conversar com o comandante. “Tenho de conversar com ele. Não sei se foi só um disparo que ele deu, mas temos de conversar e a direção tem de reunir para tomar uma posição sobre o assunto”, acentuou.

Fundados em 1881, os Bombeiros Voluntários de Viana são das mais antigas corporações do país e contam com uma estrutura constituída por mais de 20 profissionais e cerca de 95 bombeiros.

José Salgado admitiu que, devido à pandemia de Covid-19, a “situação financeira da instituição é difícil e há falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para os bombeiros”, mas garantiu que “a direção tudo tem feito para não deixar faltar nada ao corpo de bombeiros”.

“Quem arrancou com a estrutura de combate à Covid-19 foi o INEM e a Cruz Vermelha. Só eles é que receberam formação, só eles é que receberam equipamentos de proteção e os bombeiros, pelo menos na nossa área, não foram tidos nem achados. O que é certo é que os pedidos de ajuda caem, sobretudo, nos quartéis de bombeiros. Nós é que arranjamos as condições para os nossos homens não serem contaminados. Não deixam de correr riscos, mas não estão tão expostos quando garantem o socorro às nossas populações”, reforçou.

O responsável apontou a “quebra de receitas do serviço de transporte de doentes” para justificar as dificuldades financeira com a instituição se debate. “Nesta situação aflitiva de pandemia temos feito ver as nossas dificuldades junto da Liga de Bombeiros Portugueses e da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para que entendam as dificuldades que os bombeiros estão a passar no país todo. Não é essa a razão das questões que possam estar eventualmente a ser invocadas para a demissão”, explicou.

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