Comerciantes queixam-se de falta de apoios efetivos

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 comércio de proximidade está sem apoios efetivos à transformação digital. A queixa é das associações empresariais de Viana do Castelo e de Braga. Estas reivindicam, junto do Governo, a “criação de um programa de apoio à modernização do Comércio, com a maior brevidade possível, assim como, a criação de avisos de candidatura no âmbito do PT2030 desenhados especificamente para os desafios do comércio e serviços de proximidade.”

As estruturas empresariais consideram que o comércio e o serviço de proximidade são quem “mais contribui para o emprego e criação de riqueza no país”, mas “não tem o devido reconhecimento pela classe política, seja pela ausência de grandes players, seja pela falta de espírito associativo.”

O setor, destaca, “tem vindo a atravessar revoluções sucessivas que o obriga a adaptar-se e reinventar-se constantemente” e a “mais recente e, provavelmente, a mais complexa de todas é a da transformação digital”.

As associações vianense e bracarense observam que, à boleia do PRR, “o Governo promete promover a transição digital das empresas do setor com duas medidas que beneficiam de um envelope financeiro relativamente generoso: os “Bairros Comerciais Digitais”, com 52,5 milhões de euros, mais um previsível reforço de 25 milhões; e as “Aceleradoras de Comércio Digital”, com 55 milhões de euros.” Todavia, “os investimentos promovidos pelas empresas na sua transformação digital não têm acesso a nenhuma destas medidas”. “Os promotores das candidaturas dos bairros comerciais digitais são as câmaras municipais e, eventualmente, as associações empresariais e as Aceleradoras são promovidas por estruturas associativas”, referem.

Observam, a propósito, que “melhorar a eficiência energética de um estabelecimento e que os incentivos desenhados pelos Governo apenas apoiam os investimentos realizados na rua e que estes, no máximo, só podem ir até a porta do prédio.”

“A maior fatia do orçamento disponível, às câmaras municipais, é para investimentos em hardware e software para o espaço público e o restante é reservado à criação de soluções coletivas de promoção digital (como marketplaces) e à realização de diagnósticos de maturidade digital”, lembram.

Consideram que é privilegiada “a quantidade em vez da qualidade” e que “132,5 milhões de euros depois, o estado da arte pouco ou nada mudará”. 

Notam, ainda, que “o Fundo de Modernização do Comércio continua a ser alimentado com as receitas decorrentes dos licenciamentos de Centros Comerciais e Grandes Superfícies Especializadas” e o Governo teima em não cumprir com a ideia base deste, a de “reverter as taxas arrecadadas com o licenciamento das grandes superfícies para a modernização do pequeno comércio”.

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) já veio dizer, em comunicado, que acompanha as preocupações expressas, nesse sentido, por estas e outras associaçao empresariais do país. 

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