“Paz no Médio Oriente, Palestina Independente”. Este foi o slogan mais repetido na concentração que, na semana passada semana, decorreu no Largo da Estação, em Viana do Castelo.
Reclamando a paz naquela zona do mundo, num conflito que opõe Israel e o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e que já terá provocado cerca de 10.500 mortes e quase o dobro de feridos, designadamente crianças, a concentração foi promovido pelo Conselho Português para a Paz e a Cooperação (CPPC) e pela GGTP/Intersindical, assim como pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).
Alertou-se para a necessidade da urgência em chegar ajuda humanitária àquela parte do mundo, face à situação de catástrofe, com falta de assistência alimentar e na saúde, com habitações e hospitais destruídos, face aos ataques das forças armadas de Israel que o território está a sofrer.
Os presentes defenderam a proposta de dois estados, conforme o plano da ONU em 1947 e antes da guerra árabe-israelita de 1948.
Na oportunidade, usaram da palavra Augusto Silva, pela Intersindical, e Ilda Figueiredo, do CPPC. Esta asseverou que basta os Estados Unidos e a União Europeia fazeram “basta” para Israel cessar os ataques a Gaza. Acrescentou que o escalar da guerra naquela zona do mundo pode levar ao aumento dos preços da energia, designadamente do petróleo, com o consequente aumento da inflação para níveis insuportáveis, mesmo em países como Portugal. Apontou, ainda, o dedo aos que também se aproveitam da situação para ganhar ainda mais dinheiro.
Ilda Figueiredo deu conta do propósito de se promover uma nova concentração em Viana do Castelo, apelando a que os presentes passem a palavra e convençam mais gente à participação.
No final, foi aprovada, por aclamação, uma moção, apresentada já em concentrações idênticas em outras cidades do país, propondo um “processo político conducente à criação dum Estado da Palestina, independente e soberano, com controlo das suas fronteiras”. A propósito, considerou-se que na “origem daquilo a que assistimos estão décadas de ocupação e agressão israelita, décadas de negação do direito do povo da Palestina a um Estado independente e soberano, como prometido por inúmeras resoluções da ONU que ficaram sempre por cumprir.”
Lembremos que, a 07 de outubro, o Hamas efetuou um ataque de dimensões sem precedentes ao território israelita, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.
Iniciou-se então uma forte retaliação de Israel àquele enclave palestiniano pobre, desde 2007 governado pelo Hamas, com cortes no abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre.