Contraponto completa uma década

Este ano, o grupo vianense Contraponto completa uma década de existência. Para assinalar a efeméride vão realizar dois concertos no Teatro Sá de Miranda amanhã e sábado, dias 16 e 17 de junho, às 21h30.

Inspirados no grupo “Swingle Singers”, os elementos do grupo destacam o gosto por cantar e por explorar “o único instrumento “vivo” e por isso dotado de intencionalidade e expressividade”.

Ao longo da década reconhecem ter tido diversas experiências, destacando a participação em programas de televisão e o concerto dado no Centro Cultural com casa cheia. “Mais de 1500 pessoas juntas no mesmo espaço, apenas para nos ouvir cantar. Foi sem dúvida dos momentos mais marcantes”, enaltecem.

No futuro, pretendem continuar a cantar e levar o espetáculo que assinala a história do grupo a outros palcos, nacionais e internacionais.

Como surgiu o Grupo Contraponto?

Todos nós, com a exceção da Beatbox, estudámos na Academia de Música de Viana do Castelo, onde nos conhecemos e onde começámos a cantar juntos. Apesar do repertório ser maioritariamente clássico, pudemos experimentar algum repertório jazz e a capella de um grupo que é tido ainda hoje como uma referência para nós, os Swingle Singers. A verdade é que o gostinho ficou, de tal forma que nos propusemos a explorar a música a capella, percorrendo vários estilos desde música clássica, jazz e pop, e em setembro de 2012 apresentámos o nosso trabalho no que veio a ser o primeiro de muitos concertos. 

Quem o fundou? Há elementos que se mantém desde o início? 

 Sim, na verdade 10 dos elementos atualmente ativos fazem parte do projeto desde o seu início. Desde então, entre os que (por contingências da vida pessoal e profissional) participam no projeto à distância e os que foram entrando e contribuindo de forma ativa no mesmo, duas coisas se mantêm: o objetivo de fazer boa música, com qualidade e profissionalismo, e a amizade, gosto e dedicação com que o fazemos. 

Qual a intenção da criação de um grupo a capella?

O canto a cappella é uma técnica musical que na sua execução utiliza apenas a voz, o único instrumento “vivo” e por isso dotado de intencionalidade e expressividade, sem o auxílio de outros instrumentos musicais. Não é uma técnica de todo recente, nem mesmo em Portugal, no entanto a sua especificidade, riqueza e dificuldade de execução constituíram um desafio que para nós foi verdadeiramente irresistível. A gratificação e realização que sentimos quando entramos em palco e o ar surpreso com que somos recebidos fazem com que queiramos continuar a levar a música a cappella a toda a gente, dentro e fora do país. 

Ao longo destes 10 anos, fizeram algumas alterações?

Foram 10 anos de crescimento, de aprendizagem, de experiência e de amizade! Só isso muda muita coisa… Entre os novos elementos, os arranjos que passaram a ser feitos por elementos do grupo – de medleys, essencialmente -, videoclipes, concertos com produções cada vez mais ambiciosas e de casa cheia no Centro Cultural de Viana do Castelo, participações no Got Talent Portugal e outros programas televisivos… Podemos orgulhosamente dizer que até cada um de nós mudou! 

De todas as experiências conseguem destacar alguma?

Foram realmente muitas experiências diferentes. Das mais marcantes terão sido as participações em programas de televisão, o conhecer o mundo por trás do ecrã, e a responsabilidade que sentimos em entregar o melhor que conseguimos naqueles curtos minutos: é realmente indescritível. Não podemos também esquecer, claro, o sentimento que nos abraçou quando conseguimos encher o nosso Centro Cultural. Mais de 1500 pessoas juntas no mesmo espaço, apenas para nos ouvir cantar. Foi sem dúvida dos momentos mais marcantes e que recordamos com enorme satisfação e missão de “dever cumprido” e – sobretudo, claro – de orgulho e chieira.

Devem ter muitas histórias para contar desta década. Querem partilhar alguma?

Temos, claro! Há algumas que não podemos contar mas há outras que ainda hoje são faladas em todos os encontros e que ainda nos fazem rir.  Desde músicas que não nos correram tão bem, ou porque alguém se enganou, ou porque a tonalidade foi mal dada, ou porque alguém se esqueceu da sua parte… Variadas situações! Destacamos também os quilómetros de estrada feitos, em que alguém se enganou no caminho e em vez de demorar duas horas demorou quatro, ou as saídas de palco inusitadas a meio de atuações por motivos fisiológicos, que tendem sempre a acontecer nos momentos mais importantes. Mas mais do que as histórias que surgem nos ensaios e concertos que vamos fazendo, as mais significativas surgem muitas vezes no contexto “família”, fora do ambiente artístico e musical. As amizades que nos unem têm raízes profundas e estendem-se aos núcleos familiares individuais, pelo que os momentos de realização pessoal e familiar de cada um ficam sempre marcados no seio do grupo. E são essas as histórias mais gratificantes.

Atualmente quantos elementos tem?

Neste momento somos cerca de 15 elementos ativos no grupo. Sopranos: Diana Gomes, Rafaela Alves, Maria João Amorim. Contraltos: Diana Leitão, Ana Catarina Paula, Rita Passos e Margarida Teixeira. Tenores: Pedro Alves, João Antunes, Nuno Gaião e Ricardo Fernandes. Baixos: Fernando Correia, Pedro Miranda e Pedro Fonte. Beatbox: Ana Beatriz Rebolo. Nunca esquecemos também os nossos membros honorários que, por motivos de vida pessoal/profissional, já não estão tão ativos mas que farão sempre parte da nossa família: Ana Filipa Silva, Duarte Leitão e João Terleira. 

Quais os projetos futuros do grupo?

Para o futuro esperamos poder continuar a fazer o que mais gostamos – cantar. Gostaríamos muito de continuar a correr salas deste país pois é realmente o palco que nos dá o ânimo para continuar. Vamos, inclusive, celebrar os nossos 10 anos de história nos próximos dias 16 e 17 de junho, no nosso querido Teatro Municipal Sá de Miranda, e tentar levar este espetáculo retrospetivo a essas mesmas salas nacionais. E, quiçá, levá-lo a algumas no estrangeiro, como já aconteceu e esperamos que volte a acontecer! De resto, com certeza que mais uns medleys, uns videoclipes entre muitas outras surpresas que estão já prontas e a “sair do forno”.  

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