Covid-19: Alívio de restrições em quatro níveis

Na reunião do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, realizada esta terça-feira, Andreia Leite, da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, propôs alterações à avaliação de risco, ainda que mantendo os níveis de transmissibilidade e incidência como indicadores centrais.

Não obstante, diz a especialista, “consideramos estar em condições de atualizar os limiares de incidência” para 480 casos por 100 mil habitantes, assim como o “limiar de internamentos em cuidados intensivos”.

“Estes limiares devem ser revistos periodicamente, de acordo com a evolução da situação”, defendeu. “A cobertura vacinal deve ser utilizada como indicador de planeamento do desconfinamento, uma vez que os efeitos da vacina se vão refletir noutros indicadores”, assegurou Andreia Leite.

Raquel Duarte, da ARS Norte e do INSA, explicou a proposta dos especialistas para ir reduzindo as restrições em quatro níveis, consoante a taxa de vacinação. Neste plano, o país encontra-se no nível um, ou seja, tem cerca de metade da população com o esquema vacinal completo. De acordo com a especialista, o nível quatro poderá implicar a imunidade de grupo.

Até ao nível dois, Raquel Duarte insiste em que se mantenham algumas medidas como a utilização da máscara em locais fechados, eventos públicos e sempre que não seja possível manter o distanciamento em espaços ao ar livre. A exigência do certificado digital e a ventilação adequada dos espaços também são, para já, para manter.

Em grandes eventos exteriores, Raquel Duarte destaca a importância de manter lugares determinados, estabelecer circuitos bem definidos. Caso contrário, estes não devem realizar-se nos níveis de risco um e dois.

Nos restaurantes, os especialistas sugerem que o limite seja de seis a oito pessoas por mesa no interior em qualquer dos níveis de risco. Já no exterior, o nível um prevê 10 pessoas por mesa, 15 pessoas no nível dois e levantar o número limite no nível três.

O presidente do Conselho Nacional de Saúde, Henrique Barros, estima que, no outono, o país esteja “apenas com casos residuais” de infeções. No inverno, afirma, “podemos esperar uma nova onda – pequena”. Defendeu ainda como “fundamental a vacinação das crianças”, uma questão que tem sido muito discutida nos últimos dias, e diz mesmo que “se não vacinarmos as crianças teremos um pico de casos”.

“Poderá ser um inverno feliz”, concluiu.

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