Darque e vivências

Guardo as primeiras palavras deste escrito para manifestar apreço pelo Sr. José Moreira, com quem troquei, ao longo dos anos, curtas impressões. Recordo-o, sobretudo, pelo que produzia para este jornal, enquanto correspondente da freguesia. Estava sempre ‘lá’, pelos acontecimentos. Nos eventos desportivos ou culturais, nas assembleias, nas festividades, nas inaugurações ou homenagens. A disponibilidade e capacidade aplicadas na gestão da informação fazem-me ter a certeza de que é muita a exigência. E por isso espero estar à altura.

Sempre residi em Darque. Ou melhor, nem sempre, que entre 2005 e 2010 foi tempo de interregno para proveito da vida académica. Ainda que fora, nunca deixei de estar e de viver na terra que me acolhe desde nascença. De então até aos dias de hoje, e já depois de algumas experiências muito válidas, passei a exercer funções em área que me preenche, estando ligado, desde 2018, ao Instituto de Emprego e Formação Profissional, nomeadamente enquanto Técnico Superior do Centro de Emprego e Formação Profissional de Viana do Castelo.

Quanto aos “meus”, conheci-os e sempre os tive como darquenses. Aliás, com exceção de alguns dos membros mais próximos, apenas, a vida familiar foi sendo vivida e passada pela vila. Por Darque, estamos muitos, ainda, apesar das perdas e das circunstâncias de vida que se alteram.

Apesar de razoavelmente jovem, de Darque guardo muito do que de bom me aconteceu. Capto as brincadeiras na rua, os verões no rio. Lembro as manhãs e as tardes que seguiam noite adentro, passadas nos camalhões. Recordo os passeios de barco, os sprints de bicicleta, os piqueniques e como o tempo investido em banhos e mergulhos me parecia sempre tão escasso. Ocorrem-me noites passadas ao muro bem em frente ao Café Central, nas festas do Sr. da Saúde, das noitadas e das enchentes do saudoso Poço da Betoca. E tanto mais.

Por Darque e pela Associação Desportiva Darquense (ADD) fui atleta federado entre 2003 e 2005. Foi também por Darque e pela Sociedade de Instrução e Recreio Darquense (SIRD) que entre a infância e a adolescência adquiri alguma formação musical. E se do futebol guardo as amizades feitas, os momentos idos e a certeza da minha limitadíssima gama de recursos técnicos, talvez ainda caiba em mim arrependimento por não ter prosseguido com a aprendizagem artística / musical.

Do espaço e de mim na função de correspondente, não se esperem laivos de autopromoção ou tentativas, mais ou menos disfarçadas, de manifestar preferências ou favoritismos relativamente a causas, pessoas ou entidades especificas. A partir deste espaço procurarei retratar leal e fielmente o que se julgar acontecimento de relevo para Darque. Aqui, tal como na vida, proponho-me a impor seriedade no que fizer e escrever. Acima de tudo e qualquer coisa é de e por Darque de que tratará este espaço. É, sobretudo, para os darquenses que os conteúdos sairão feitos e estabelecidos. Mas também para os restantes leitores d’ A Aurora do Lima, ou não houvesse tanto de bom e positivo para retratar sobre a vila.

Sim, porque Darque é muito mais do que as imagens, as ideias feitas e os estereótipos que se lhe associam.

Darque é bem mais do que divisão e posições que se extremam. Darque pode ser conciliadora, acolhedora e inclusiva.

Darque é Monte do Galeão, Cais Novo, Cais Velho ou Lugar da Areia. É Lugar das Bouças, Cidade Nova, Cabedelo e tantos outros. É local de memórias, de vivências atuais e de outras tantas que o futuro reserva.

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